Miliciano é preso em UPA do Rio enquanto fumava e portava arma de fogo
Felipe Ferreira Carolino, conhecido como Zulu, foi detido em quarto reservado; polícia investiga favorecimento em unidade de saúde.
A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) prendeu, nesta quarta-feira, Felipe Ferreira Carolino, conhecido como “Zulu”, um dos líderes da milícia mais poderosa do Rio de Janeiro. A prisão ocorreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paciência, na Zona Oeste, onde o miliciano estava em um quarto isolado, fumando um cigarro e portando uma pistola, que foi apreendida pelos policiais.
O delegado titular da Draco, João Valentim, afirmou que a investigação está em andamento para apurar se houve algum tipo de favorecimento a Zulu dentro da unidade de saúde. “A princípio, estamos levantando a regularidade dos protocolos de entrada e saída nas unidades de saúde”, declarou o delegado.
Zulu, que já havia sido preso em 2019, foi solto em maio de 2024 e imediatamente reassumiu seu papel de liderança na milícia que atua na comunidade do Rodo, em Santa Cruz. A polícia considera essa captura um golpe significativo contra a estrutura da organização criminosa, especialmente porque Zulu havia retomado suas atividades logo após a liberdade.
De acordo com informações da polícia, Zulu estava em um ambiente que parecia oferecer tratamento diferenciado, já que estava sozinho em um quarto reservado e se mostrava à vontade, interagindo com outros presentes. Ele foi preso em flagrante por constituição de milícia privada e porte ilegal de arma de fogo.
Além da Draco, Zulu também era alvo de investigações da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que apura crimes como desaparecimentos e homicídios relacionados à atuação de milícias na região. A polícia informou que, com a chegada dos agentes à UPA, outros criminosos que faziam a segurança do miliciano conseguiram fugir, evitando confrontos.
As investigações da Draco continuam em busca de identificar outros envolvidos no esquema de favorecimento a milicianos em unidades de saúde pública. A atuação das milícias no Rio de Janeiro tem sido um desafio constante para as autoridades, que buscam desarticular essas organizações que operam à margem da lei.
O caso de Zulu levanta questões sobre a segurança e os protocolos de atendimento nas unidades de saúde, especialmente em áreas onde a presença de milícias é forte. A polícia promete aprofundar as investigações para garantir que a lei seja cumprida e que a população tenha acesso a serviços de saúde sem a influência do crime organizado.
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