Ryan Borgwardt, que simulou afogamento, foi preso ao voltar aos EUA após quatro meses na Europa.
11 de Dezembro de 2024 às 17h51

Homem finge morte nos EUA para recomeçar, mas retorna arrependido após meses

Ryan Borgwardt, que simulou afogamento, foi preso ao voltar aos EUA após quatro meses na Europa.

Um homem de 45 anos, identificado como Ryan Borgwardt, do estado de Wisconsin, simulou seu próprio afogamento e abandonou sua família para recomeçar a vida na Europa Oriental. Após cerca de quatro meses, ele decidiu retornar aos Estados Unidos e agora está sob custódia das autoridades locais.

A história de Borgwardt foi revelada pelas autoridades policiais em uma coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira (11). O xerife do condado de Green Lake, Mark Podoll, informou que Borgwardt “voltou sozinho” devido a questões familiares, destacando que a situação trouxe alívio para todos os envolvidos.

Borgwardt desembarcou em solo americano na terça-feira (10) e foi imediatamente detido na prisão do distrito, onde aguardou sua apresentação em tribunal. O xerife mencionou que seu escritório está recomendando uma série de acusações, incluindo obstrução de Justiça. Até o momento, não houve retorno do promotor do condado sobre possíveis acusações.

Segundo Podoll, Borgwardt começou a se comunicar com as autoridades no dia 11 de novembro, após ter desaparecido por três meses. No entanto, ele não se comprometeu a retornar a Wisconsin de imediato. O xerife expressou que a polícia estava “puxando-o pelo coração” para que ele voltasse para casa.

O xerife se absteve de revelar detalhes sobre a localização de Borgwardt durante seu desaparecimento e evitou comentar sobre as conversas que poderiam tê-lo convencido a voltar. “Isso vai depender dele algum dia. Não vamos liberar isso. Trouxemos um pai de volta”, afirmou Podoll.

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Sobre a viagem de retorno, o xerife apenas informou que Borgwardt pegou um avião e pousou nos Estados Unidos, entregando-se ao Centro de Justiça do Condado de Green Lake na terça-feira.

Borgwardt alegou às autoridades que fingiu sua morte por “questões pessoais”. Ele relatou que, em agosto, viajou cerca de 80 km de sua residência em Watertown até Green Lake, onde virou seu caiaque, deixou seu telefone e remou em um barco inflável até a costa. O lago foi escolhido por ser o mais profundo de Wisconsin.

Após deixar o lago, Borgwardt utilizou uma bicicleta elétrica para percorrer aproximadamente 110 km até Madison durante a noite. De lá, ele embarcou em um ônibus para Detroit, seguido por outro ônibus até o Canadá, onde finalmente pegou um voo para a Europa.

Uma análise de um laptop, cuja propriedade não foi esclarecida, revelou que Borgwardt havia planejado sua viagem para a Europa e tentado enganar os investigadores. O disco rígido do laptop foi substituído e os navegadores foram limpos no dia em que ele desapareceu. As investigações também encontraram fotos de passaporte, perguntas sobre transferências de fundos para bancos estrangeiros e comunicações com uma mulher do Uzbequistão. Além disso, Borgwardt havia feito uma apólice de seguro de vida no valor de US$ 375 mil (aproximadamente R$ 2,26 milhões) em janeiro.

No dia 11 de novembro, as autoridades americanas finalmente conseguiram contato com Borgwardt. Ele enviou um vídeo a eles, no qual aparecia vestindo uma camiseta laranja e sem expressar alegria. No vídeo, ele afirmou estar em seu apartamento, mas mostrou apenas uma porta e paredes nuas, sem revelar sua localização.

A busca pelo corpo de Borgwardt, que durou mais de um mês, custou cerca de US$ 35 mil (R$ 210 mil). O xerife declarou que Borgwardt não esperava que a busca durasse mais de duas semanas, o que demonstra a gravidade da situação e as consequências de suas ações.

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