O índice fechou a sessão em alta, com destaque para ações cíclicas e volume financeiro de R$ 19 bilhões.
10 de Dezembro de 2024 às 20h18

Ibovespa avança 0,80% e retorna aos 128 mil pontos após recuperação

O índice fechou a sessão em alta, com destaque para ações cíclicas e volume financeiro de R$ 19 bilhões.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou um avanço de 0,80% nesta terça-feira, fechando a sessão aos 128.228 pontos. Este movimento marca o segundo dia consecutivo de recuperação após uma queda de 1,50% na última sexta-feira, quando o índice havia encerrado em baixa. Durante o pregão, o Ibovespa oscilou entre 127.213 e 128.511 pontos, com um volume financeiro total de R$ 19 bilhões, abaixo da média observada em dezembro.

A alta do índice foi impulsionada principalmente por ações cíclicas, refletindo um sentimento positivo no mercado, especialmente em um dia marcado pela descompressão dos juros futuros e uma leve baixa na liquidez. O desempenho das ações da Vamos, que subiram 12,08%, Carrefour (+7,67%) e Petz (+7,61%) foi destacado entre as maiores altas do dia. Em contrapartida, papéis de frigoríficos como JBS (-3,91%), BRF (-3,28%) e Marfrig (-2,06%) figuraram entre as perdas mais significativas.

O clima otimista entre os investidores foi reforçado pela expectativa de que a agenda fiscal do governo possa ser destravada nas próximas semanas. Além disso, o mercado acompanhou atentamente as atualizações sobre o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou por uma cirurgia de emergência na madrugada. O plenário do Senado também aprovou, nesta terça-feira, os nomes de três diretores indicados por Lula para a diretoria do Banco Central.

No cenário internacional, os principais índices de Wall Street apresentaram queda, com o Dow Jones recuando 0,35%, o S&P 500 caindo 0,30% e o Nasdaq diminuindo 0,25%. Essa tendência de baixa no exterior não impediu o Ibovespa de seguir sua trajetória de recuperação.

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Os dados econômicos também influenciaram a movimentação do mercado. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro apresentou uma variação de 0,39%, ligeiramente acima das expectativas, mas abaixo da taxa de 0,56% registrada em outubro. Essa leitura trouxe um efeito positivo para o câmbio e a curva de juros, com fechamento em todos os vértices, exceto em janeiro de 2025.

A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha uma postura rígida e eleve a taxa Selic em 0,75 ou até 1 ponto percentual na próxima reunião, o que poderia levar a taxa de referência a 12% ou 12,25% ao ano até o final de 2024. O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, destacou que a deterioração das expectativas de inflação e a pressão do mercado de trabalho aquecido são fatores que podem influenciar essa decisão.

Os agentes do mercado permanecem atentos aos desdobramentos em Brasília, especialmente em relação ao pacote de cortes de gastos que tramita no Congresso. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, mencionou que ajustes menores podem ser feitos na proposta de alteração das regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para facilitar a votação das medidas de ajuste fiscal, mantendo o impacto do pacote.

Durigan também informou que a equipe econômica revisou para cima a previsão de impacto do pacote de ajuste fiscal, agora estimado em R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026. O governo deve enviar ainda este ano o projeto de lei da reforma da renda, que já está pronto para tramitação.

Em um cenário de otimismo moderado, o presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou relatores para os textos do pacote de cortes de gastos, embora os prazos para votação ainda sejam indefinidos. A expectativa é que a celeridade em relação às questões fiscais possa contribuir para um ambiente mais favorável no mercado.

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