Aeroporto de São Paulo terá investimento de R$ 2,4 bilhões e novo terminal até 2028
12 de Dezembro de 2024 às 10h15

Congonhas inicia obras de ampliação e reduz voos para minimizar impactos

Aeroporto de São Paulo terá investimento de R$ 2,4 bilhões e novo terminal até 2028

O Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul de São Paulo, deu início oficialmente às obras de ampliação e modernização na última quarta-feira, 11. O projeto, que contará com um investimento de R$ 2,4 bilhões até 2028, visa transformar o terminal, que é uma das principais conexões de voos domésticos do Brasil.

Para mitigar os impactos das obras, a concessionária Aena, responsável pela administração do aeroporto desde outubro do ano passado, anunciou a redução do número de voos diários. A operação, que atualmente realiza 44 voos por hora, será reduzida para 40, com uma diminuição nas atividades da aviação executiva. Apesar das intervenções, o terminal continuará funcionando normalmente.

Segundo Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil, a redução de quatro voos por hora servirá como uma “gordura” para lidar com eventualidades. “Nosso desafio é manter o número de voos e uma boa performance. Esses quatro voos vão representar um buffer, uma gordura para fazermos a obra com menor impacto na aviação como um todo”, explicou.

As obras incluem a construção de um novo terminal de passageiros, que terá o dobro do tamanho atual, somando mais 100 mil m², além de novas pontes de embarque e 20 mil m² destinados a áreas comerciais. Com a ampliação, o aeroporto poderá receber aeronaves de maior capacidade, como o Airbus A321neo e o Boeing 737 Max 10, com previsão de entrega para junho de 2028.

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O início das obras representa um desafio para o Aeroporto de Congonhas, que já enfrenta problemas recorrentes de atrasos e cancelamentos de voos, além de longas filas e queixas de passageiros. Um relatório recente do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), colocou Congonhas entre os aeroportos com menor pontualidade do país.

Especialistas apontam que os transtornos estão relacionados à operação do terminal próximo ao limite de sua capacidade. A concessionária e as companhias aéreas atribuem os atrasos a condições meteorológicas adversas, como tempestades e ventanias.

O Aeroporto de Guarulhos, por sua vez, é o que possui o maior número de movimentações diárias no Brasil, com uma capacidade máxima de 60 movimentos por hora, embora nem todas as faixas horárias atinjam esse limite. Em Congonhas, que ocupa a segunda posição em número de operações, a capacidade é quase totalmente utilizada ao longo do dia.

A cerimônia de lançamento da pedra fundamental das obras contou com a presença de Maurici Lucena, presidente da Aena, do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e do vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth. Lucena destacou que os R$ 2,4 bilhões a serem investidos representam o maior aporte da companhia fora da Espanha. Para o ministro Costa Filho, “os investimentos vão mudar significativamente a aviação no Estado de São Paulo”.

Para minimizar os impactos das obras, a Aena planejou dividir a ampliação em fases. Neste ano, já foram iniciadas as obras de ampliação da sala de embarque remoto e a reforma dos banheiros, com conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2025.

  • Primeira fase: inclui demolição de estruturas, instalação de canteiro de obras e melhorias na pista de taxiamento.
  • Segunda fase: abrange a transferência das companhias para novos hangares, dando início à construção do novo terminal.
  • Terceira fase: instalação das pistas de embarque e do sistema de processamento de bagagens.

Além disso, a concessionária pretende criar 72 vagas para motoristas de aplicativos, visando melhorar a circulação no entorno do aeroporto.

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