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Justiça de São Paulo autoriza votação do impeachment de Augusto Melo no Corinthians
A decisão judicial permite que o Conselho Deliberativo do Corinthians retome a votação do impeachment do presidente Augusto Melo em janeiro.
A Justiça de São Paulo derrubou, nesta quinta-feira (12), a liminar que impedia a votação do impeachment de Augusto Melo, presidente do Corinthians. Com essa decisão, o Conselho Deliberativo do clube poderá retomar a discussão sobre a destituição do dirigente, que está prevista para ocorrer em janeiro de 2025.
O processo de impeachment havia sido suspenso após Augusto Melo obter uma liminar no dia 2 de dezembro, que adiou a reunião do Conselho Deliberativo, que já estava agendada para decidir sobre o seu futuro no cargo. A liminar foi contestada em segunda instância e, durante a sessão, os desembargadores Benedito Antonio Okun, Clara Maria Araújo Xavier e Salles Rossi decidiram pela sua derrubada.
Com a nova determinação judicial, a votação do impeachment poderá ser reavaliada, o que gera expectativa entre os membros do Conselho e os torcedores do Corinthians. O presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr., agora poderá convocar uma nova reunião para discutir o assunto, embora a expectativa seja de que a votação só ocorra em 2025.
O impeachment de Augusto Melo é fundamentado em alegações de irregularidades estatutárias durante seu mandato, que teriam contribuído para a deterioração da saúde financeira do clube. Um dos principais pontos de investigação envolve um inquérito sobre o contrato de patrocínio firmado entre o Corinthians e a empresa VaideBet.
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Além disso, Melo enfrentou dois processos disciplinares internos ao longo do ano, sendo o primeiro relacionado a indícios de infrações estatutárias. O segundo processo é um desdobramento do primeiro e está vinculado à investigação que se seguiu após a apresentação do pedido de impeachment pela oposição no clube.
As investigações sobre o contrato com a VaideBet estão em fase final, e membros da diretoria do Corinthians devem ser convocados para prestar esclarecimentos no início de 2025. O contrato, que totaliza R$ 320 milhões, previa pagamentos mensais significativos, e há suspeitas de que parte dos valores tenha sido desviada através de intermediários.
O delegado Tiago Fernando Correia, responsável pela investigação, afirmou que a demora na entrega de informações financeiras, solicitadas por meio de quebras de sigilo bancário, tem atrasado o andamento dos trabalhos do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).
Com a derrubada da liminar, o futuro de Augusto Melo no Corinthians agora depende da decisão do Conselho Deliberativo e, posteriormente, da aprovação pelos sócios do clube, o que torna a situação ainda mais delicada para o presidente.
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