Venezuela libera 533 detidos em protestos após eleições contestadas de julho
O procurador-geral Tarek Saab anunciou a libertação de manifestantes detidos após a polêmica eleição que reelegeram Maduro.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou nesta segunda-feira a libertação de 533 pessoas que estavam detidas por participarem de protestos após as eleições presidenciais de julho. Este ato ocorre em meio a um clima de tensão política e contestação dos resultados eleitorais no país.
O governo venezuelano informou que, desde a realização da eleição, mais de 2.000 indivíduos foram detidos em decorrência de manifestações que questionavam a legitimidade do processo eleitoral. A eleição, que resultou na reeleição do presidente Nicolás Maduro, foi marcada por alegações de fraude e irregularidades, levando a uma onda de protestos em várias partes do país.
A oposição, que contesta os resultados, afirma que o verdadeiro vencedor das eleições foi o ex-diplomata Edmundo González, que obteve apoio significativo entre os eleitores. Documentos apresentados por seus aliados indicam que ele teria recebido quase 70% dos votos, uma afirmação que o governo nega, alegando que a maioria das evidências apresentadas pela oposição é falsa.
Na semana passada, o gabinete do procurador já havia informado sobre a libertação de cerca de 328 pessoas, mas a confirmação da libertação de mais de 500 detidos representa um passo significativo, embora grupos de direitos humanos, como o Foro Penal, tenham expressado preocupação com a falta de transparência em relação ao processo de libertação.
A situação na Venezuela continua a ser monitorada de perto pela comunidade internacional, que não reconhece os resultados das eleições de julho. Organizações de direitos humanos relatam que, desde o início do processo eleitoral, mais de 2.400 pessoas foram presas e 24 perderam a vida em decorrência da repressão às manifestações.
O governo de Maduro, por sua vez, enfrenta críticas constantes por sua abordagem em relação à oposição e à liberdade de expressão. A libertação dos detidos pode ser vista como uma tentativa de suavizar a pressão internacional e melhorar a imagem do governo, mas muitos ainda questionam a autenticidade desse gesto em um contexto de repressão contínua.
Enquanto isso, a oposição continua a mobilizar seus apoiadores, buscando apoio internacional e denunciando as violações de direitos humanos que têm ocorrido no país. A luta pela democracia na Venezuela permanece um tema central nas discussões políticas, tanto local quanto globalmente.
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