Apreensão ocorreu durante investigação sobre desvio de emendas parlamentares e propina.
16 de Dezembro de 2024 às 14h46

Empresário preso com R$ 1,5 milhão em jatinho afirma que dinheiro era para maquinário

Apreensão ocorreu durante investigação sobre desvio de emendas parlamentares e propina.

No último dia 3, a Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 1,5 milhão em espécie com o empresário Alex Rezende Parente, que seguia em um jatinho particular com destino a Brasília. Durante o interrogatório, Parente alegou que o montante seria utilizado para a compra de maquinário para sua empresa. A operação faz parte de um inquérito que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs).

Segundo informações da PF, Alex é sócio de diversas empresas que estariam envolvidas no esquema. A investigação aponta que ele movimentou grandes quantias utilizando notas fiscais frias para simular serviços que nunca foram prestados. A defesa do empresário declarou que ainda não teve acesso completo aos autos e que pretende esclarecer todos os fatos durante o processo.

Em seu depoimento, Alex afirmou que o dinheiro apreendido era proveniente da venda de equipamentos pesados e que ele vinha economizando há mais de um ano, o que justificaria a posse dessa quantia. “Ademais, eu pretendia guardar o dinheiro em um imóvel em Brasília, pois não queria deixá-lo em Salvador”, disse o empresário, ressaltando que o maquinário na capital baiana é mais caro.

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Para a PF, os valores transportados têm origem ilícita e seriam destinados ao pagamento de propina em Brasília, conforme indicado na decisão que autorizou a operação. Além do dinheiro, os agentes apreenderam uma planilha com uma lista de contratos e valores que totalizam mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos, tanto no Rio de Janeiro quanto no Amapá.

A operação, denominada Overclean, investiga um desvio estimado em R$ 1,4 bilhão em contratos públicos. De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), apenas em 2024, o grupo em questão celebrou contratos no valor de R$ 825 milhões, e foi identificado um superfaturamento parcial de mais de R$ 8 milhões em contratos do Dnocs.

As investigações continuam, e a PF está em busca de mais evidências que possam corroborar as alegações de desvio de recursos públicos. A situação levanta preocupações sobre a integridade dos processos licitatórios e a utilização de recursos públicos em projetos que deveriam beneficiar a população.

O caso de Alex Rezende Parente é apenas um dos muitos que estão sendo analisados no contexto da operação Overclean, que visa desmantelar esquemas de corrupção e assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma adequada e transparente.

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