Ministro da Defesa russo alerta sobre preparação para conflito com a Otan na Europa
Andrei Belousov enfatiza a necessidade de prontidão militar da Rússia para os próximos anos, citando ameaças da Otan.
MOSCOVO - O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, declarou nesta segunda-feira que o país deve estar preparado para um possível confronto com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa durante a próxima década. Em um discurso que contou com a presença do presidente Vladimir Putin, Belousov destacou que a situação atual exige uma reavaliação das capacidades militares russas diante de uma Otan cada vez mais assertiva.
Belousov mencionou uma cúpula da Otan realizada em julho e as doutrinas militares dos Estados Unidos e de outros membros da aliança como fatores que justificam essa preparação. Ele afirmou: “As atividades do Ministério da Defesa são baseadas em garantir total prontidão para qualquer cenário a médio prazo, incluindo um possível conflito militar com a Otan na Europa na próxima década”.
O ministro também apresentou uma série de reformas e mudanças necessárias para a defesa russa, levando em consideração a natureza dos futuros conflitos militares. Entre as preocupações, ele citou a modernização das forças nucleares dos Estados Unidos, a instalação de uma base de defesa antimísseis na Polônia e os novos planos de combate da Otan, incluindo a proposta de colocar mísseis de médio alcance na Alemanha até 2026.
Belousov alertou que os EUA podem em breve disponibilizar mísseis hipersônicos capazes de alcançar Moscou em apenas oito minutos, o que representa uma ameaça significativa para a segurança russa. “Precisamos estar prontos para responder a essas novas realidades”, enfatizou.
Durante a mesma reunião, Putin comentou sobre o aumento do número de voluntários para o serviço militar, afirmando que isso está contribuindo para uma mudança favorável na guerra da Ucrânia. Ele destacou que, de acordo com mapas apresentados, as forças russas estão avançando no território ucraniano no ritmo mais rápido desde 2022.
“As tropas russas têm um controle firme sobre a iniciativa estratégica ao longo de toda a linha de contato. Somente neste ano, 189 centros populacionais foram liberados”, disse Putin, ressaltando que cerca de 430.000 russos assinaram contratos com o Exército neste ano, um aumento em relação aos 300.000 do ano anterior.
Belousov também mencionou que a Rússia conseguiu expulsar as forças ucranianas de quase 4.500 quilômetros quadrados de território neste ano, com uma média de 30 quilômetros quadrados sendo tomados diariamente.
Putin, por sua vez, acusou o Ocidente de forçar a Rússia a ultrapassar suas “linhas vermelhas”, situações que o país já deixou claro que não tolerará. “Eles (líderes ocidentais) estão simplesmente assustando sua própria população com a possibilidade de que vamos atacar alguém lá, usando o pretexto da mítica ameaça russa”, afirmou.
O presidente russo concluiu que a Rússia está monitorando com grande preocupação os desdobramentos relacionados aos mísseis de curto e médio alcance pelos EUA e que, se necessário, suspenderá suas próprias restrições sobre a instalação desses mísseis.
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