Relatório aponta que, sem novas medidas de arrecadação, governo não cumprirá metas fiscais estabelecidas para os próximos anos.
16 de Dezembro de 2024 às 18h15

Tesouro Nacional alerta para descumprimento das metas fiscais entre 2026 e 2028

Relatório aponta que, sem novas medidas de arrecadação, governo não cumprirá metas fiscais estabelecidas para os próximos anos.

O Tesouro Nacional divulgou nesta segunda-feira, 16, um relatório de projeções fiscais que aponta a necessidade urgente de novas medidas de arrecadação para que o governo federal não descumpra as metas fiscais estabelecidas para os anos de 2026, 2027 e 2028. Segundo o documento, a ausência de ações efetivas resultará em um cenário de déficit fiscal, comprometendo a saúde financeira do país.

A meta fiscal para 2025 é de alcançar um resultado zero, ou seja, receitas iguais às despesas. Contudo, o Tesouro estima que, para atingir o centro da meta, será necessário um esforço adicional de R$ 17,9 bilhões, o que equivale a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Para os anos seguintes, as metas se tornam ainda mais desafiadoras, exigindo um esforço adicional de 0,7% do PIB em 2026, 0,8% em 2027 e 1% em 2028.

O relatório destaca que, mesmo com a expectativa de aumento da receita líquida para 18,7% do PIB em 2024 e 2025, a falta de novas medidas poderá resultar em um déficit primário de 0,5% do PIB em 2026. O cenário inicial apresentado pelo Tesouro considera apenas as receitas extraordinárias, que não dependem da aprovação do Congresso, e ignora o impacto de propostas que ainda precisam ser discutidas e aprovadas.

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Entre as medidas que poderiam ser adotadas, o Tesouro menciona a necessidade de revisão de gastos, redução das vinculações entre despesas e receitas, e a execução da despesa abaixo do limite financeiro. O órgão também enfatiza que o esforço fiscal pode ser alcançado através de uma combinação de várias ações, mas alerta que o cenário atual exige uma ação rápida e eficaz.

O relatório também menciona que a aprovação de um pacote de receitas condicionadas, que inclui a compensação da desoneração da folha de pagamentos e alterações nas alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do Juros sobre Capital Próprio (JCP), é fundamental para garantir a arrecadação necessária. Sem a aprovação dessas medidas, o governo poderá enfrentar dificuldades significativas para cumprir suas obrigações fiscais.

Além disso, o Tesouro Nacional ressalta que as projeções não consideram a execução de despesas em níveis inferiores ao permitido pelo arcabouço fiscal, o que poderia agravar ainda mais a situação. O órgão conclui que, para evitar o descumprimento das metas fiscais, é imprescindível que o governo e o Congresso Nacional trabalhem juntos em busca de soluções que garantam a sustentabilidade fiscal do país.

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