Milei classifica Maduro como 'ditador criminoso' após prisão de policial argentino
O presidente argentino exige a libertação imediata de Nahuel Gallo, detido na Venezuela sob acusações infundadas.
O presidente da Argentina, Javier Milei, não hesitou em chamar o governante venezuelano, Nicolás Maduro, de “ditador criminoso” durante um discurso na cerimônia de formatura do Colégio Militar, realizado na terça-feira (17). A declaração veio em resposta à prisão de Nahuel Gallo, um policial argentino da Gendarmeria Nacional, que foi detido na Venezuela enquanto tentava visitar sua família.
Gallo, de 33 anos, foi preso no dia 10 de dezembro, ao cruzar a fronteira vindo da Colômbia. Milei denunciou o que classificou como “sequestro ilegal”, afirmando que o policial foi detido “pelo único crime de visitar sua companheira e seu filho”. O presidente argentino exigiu a “libertação imediata” de Gallo e assegurou que seu governo esgotará todas as vias diplomáticas para garantir seu retorno seguro à Argentina.
A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, também se manifestou sobre o caso, descrevendo a prisão de Gallo como “um ato quase de guerra”. Em declarações à imprensa, Bullrich afirmou que a captura do policial, que foi acusado de ser um espião, é uma violação grave dos direitos humanos, uma vez que ele estava apenas visitando sua família.
Na última sexta-feira (12), a chancelaria argentina confirmou que Gallo havia sido detido na Venezuela, e condenou a “detenção arbitrária e injustificada” de um funcionário da embaixada argentina em Caracas, que também foi preso. A esposa de Gallo, María Gómez, que reside em Puerto La Cruz, na Venezuela, disse que está com seu filho há sete meses e que se comunicou com o policial pela última vez em 8 de dezembro.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, confirmou a prisão de Gallo, mas não forneceu detalhes sobre as acusações. Durante uma coletiva de imprensa, Cabello insinuou que Gallo estava na Venezuela para “cumprir uma missão”, levantando ainda mais suspeitas sobre a natureza da detenção.
O episódio intensifica as tensões diplomáticas entre Argentina e Venezuela, especialmente após Milei não reconhecer a vitória de Maduro nas eleições de julho, que foram amplamente criticadas por fraudes. Desde agosto, a embaixada argentina em Caracas está sob proteção do Brasil, onde seis opositores do regime venezuelano estão asilados.
A situação de Gallo gerou uma onda de indignação na Argentina, e o governo argentino está buscando apoio internacional, incluindo o Brasil e a Colômbia, para pressionar a libertação do policial. O governo Milei também considera a possibilidade de envolver o Papa Francisco nas negociações, dada a gravidade da situação.
O caso de Nahuel Gallo não é um incidente isolado, mas parte de um padrão mais amplo de repressão e violação de direitos humanos sob o regime de Maduro. A comunidade internacional observa atentamente a situação, e a pressão sobre o governo venezuelano deve aumentar à medida que mais informações sobre o caso se tornem públicas.
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