EUA afirmam que centenas de soldados norte-coreanos morreram na Ucrânia
De acordo com um oficial americano, as tropas da Coreia do Norte enfrentaram perdas significativas em combates na região de Kursk.
Centenas de soldados norte-coreanos teriam sido mortos ou feridos em combates com o Exército ucraniano na região russa de Kursk, conforme informações divulgadas por um oficial militar dos Estados Unidos. O militar, que preferiu não ser identificado, destacou que as tropas da Coreia do Norte, que “nunca haviam lutado antes”, enfrentaram dificuldades que podem ter contribuído para as elevadas perdas.
A contagem de baixas inclui tanto feridos quanto mortos em combate, refletindo a inexperiência das tropas norte-coreanas, que foram enviadas à Rússia para apoiar os esforços militares do presidente Vladimir Putin. A situação se agrava com a ofensiva ucraniana, que teve início em agosto e representa a maior ação militar em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.
O comandante do Exército ucraniano, Oleksandr Syrsky, já havia alertado sobre as operações ofensivas realizadas pelo “inimigo” na região de Kursk, onde as forças norte-coreanas estariam atuando ao lado das tropas russas. A presença de soldados da Coreia do Norte na Rússia foi confirmada por fontes ocidentais, embora o Kremlin tenha evitado comentar oficialmente sobre o assunto.
Recentemente, a Rússia e a Coreia do Norte firmaram um acordo de defesa mútua, que entrou em vigor no início de dezembro. Este pacto prevê assistência militar imediata em caso de agressões externas, o que intensifica a preocupação internacional sobre o envolvimento da Coreia do Norte no conflito.
Os Estados Unidos, que têm sido o principal fornecedor de armamento à Ucrânia desde o início da invasão russa em 2022, expressaram preocupações sobre o “apoio direto” da Coreia do Norte à Rússia. Em um comunicado, ministros das Relações Exteriores de vários países, incluindo Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia, pediram à Coreia do Norte que cesse imediatamente toda a assistência à Rússia e retire suas tropas da região.
Além disso, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra indivíduos e entidades que apoiam militarmente a Coreia do Norte, incluindo instituições financeiras. Entre os alvos das sanções está Ri Chang Ho, um general que supostamente acompanha as tropas norte-coreanas na Rússia. As autoridades americanas também impuseram sanções a três alvos ligados ao programa de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
O oficial americano que divulgou as informações sobre as baixas norte-coreanas não especificou números exatos, mas enfatizou que a falta de preparação das tropas contribuiu para as perdas. A situação no campo de batalha continua tensa, com a Ucrânia enfrentando desafios significativos e a Rússia buscando recuperar o controle de áreas perdidas.
Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy tem se manifestado sobre a presença de tropas norte-coreanas, afirmando que “não há uma única razão para os norte-coreanos morrerem nesta guerra”. As tensões entre as potências continuam a crescer, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos do conflito.
Com a iminente posse de Donald Trump, eleito para um segundo mandato, a incerteza sobre o futuro apoio militar dos EUA à Ucrânia aumenta. O governo Biden ainda possui US$ 5,6 bilhões disponíveis para ajuda militar, mas a utilização desses recursos antes da posse de Trump, em 20 de janeiro, é incerta.
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