Hackers norte-coreanos são acusados de roubar US$ 308 milhões em criptomoedas no Japão
O crime, que ocorreu em maio, foi revelado nesta terça-feira; autoridades ligam os hackers ao regime de Pyongyang.
Um grupo de hackers norte-coreanos é acusado de ter roubado aproximadamente US$ 308 milhões em criptomoedas da corretora japonesa DMM Bitcoin, conforme informações divulgadas pela Agência Nacional de Polícia do Japão e pelo Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) nesta terça-feira, 24.
O desvio ocorreu em maio de 2024 e foi realizado por meio de uma sofisticada operação de “engenharia social direcionada”. Os criminosos se passaram por recrutadores no LinkedIn, estabelecendo contato com um funcionário de uma empresa de software de criptomoedas, segundo o FBI.
Durante essa interação, o hacker enviou ao funcionário um teste pré-contratação que continha um código malicioso. Esse código possibilitou a invasão do sistema, permitindo que o hacker assumisse a identidade do funcionário.
“No final de maio de 2024, os autores utilizaram esse acesso para manipular uma solicitação de transação legítima de um funcionário da DMM, resultando na perda de 4.502,9 bitcoins, que na época equivalia a US$ 308 milhões”, detalhou o comunicado do FBI.
As autoridades enfatizaram que o FBI, a Agência Nacional de Polícia do Japão e outros parceiros internacionais continuarão a combater atividades ilícitas atribuídas à Coreia do Norte, incluindo crimes cibernéticos e o roubo de criptomoedas, que são utilizados para gerar receitas para o regime.
O programa de guerra cibernética da Coreia do Norte remonta à década de 1990 e é operado por uma unidade conhecida como Bureau 121, que conta com cerca de 6 mil pessoas e atua a partir de diversos países, conforme um relatório dos EUA de 2020.
O grupo de hackers Trader Traitor, supostamente vinculado ao Grupo Lazarus, é considerado responsável pelo roubo. O Grupo Lazarus ganhou notoriedade há cerca de uma década, quando foi acusado de hackear a Sony Pictures em represália ao filme “A Entrevista”, que satiriza o líder norte-coreano Kim Jong-un.
As investigações sobre o roubo de criptomoedas estão em andamento, e as autoridades estão empenhadas em desmantelar as operações cibernéticas que ameaçam a segurança financeira global.
As ações dos hackers norte-coreanos levantam preocupações sobre a segurança das plataformas de criptomoedas e a vulnerabilidade das empresas diante de ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados.
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