Saída de dólares entre 1º e 19 de dezembro atinge recorde histórico no Brasil
Valor de US$ 14,7 bilhões é o maior registrado para o período desde 2008, superando 2019.
A saída de dólares do Brasil entre os dias 1º e 19 de dezembro alcançou a marca de US$ 14,699 bilhões, estabelecendo um novo recorde para o período na série histórica do Banco Central, que teve início em 2008. Este valor supera a maior saída registrada anteriormente, que foi de US$ 12,651 bilhões em dezembro de 2019.
Além disso, os primeiros 19 dias de dezembro de 2024 também registraram a segunda maior saída de dólares pelo canal financeiro, totalizando US$ 14,903 bilhões. O recorde anterior para este mesmo período foi de US$ 16,769 bilhões, também em dezembro de 2019.
Na última quinta-feira, 19, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que a saída de dólares do país está ocorrendo em um ritmo superior à média dos últimos anos. O fluxo financeiro negativo foi atribuído, entre outros fatores, ao aumento de pagamentos de dividendos e ao movimento de pessoas físicas.
“O fluxo de dólares está bastante negativo”, afirmou Campos Neto, que também mencionou que essa situação é um dos motivos para as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio. Desde o dia 12 de dezembro, a autoridade monetária já realizou sete leilões à vista de dólares, injetando um total de US$ 16,760 bilhões no mercado.
Durante uma coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), Campos Neto e o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do BC, destacaram que a instituição continuará atenta ao mercado para garantir a liquidez necessária. Galípolo, que atualmente ocupa a presidência interina do Banco Central, brincou ao afirmar que não haveria “guidance” para as ações do BC no câmbio, ao contrário do que já foi indicado para as futuras decisões sobre juros.
Considerando os meses fechados de dezembro, a saída total de US$ 14,699 bilhões até o dia 19 já representa a segunda maior da história, ficando atrás apenas do total de US$ 17,612 bilhões registrado em 2019. O Banco Central esperava que a maior parte do fluxo negativo fosse contabilizada até a última sexta-feira, 20, mas novas saídas podem ser registradas nos próximos dias.
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