Sonda Parker da Nasa realiza aproximação histórica do Sol nesta terça-feira
A missão da sonda não tripulada Parker marca um feito inédito ao se aproximar a 6,1 milhões de quilômetros do Sol.
A sonda Parker, da Nasa, realizará nesta terça-feira (24) uma aproximação histórica do Sol, alcançando a menor distância já registrada por um objeto humano em relação à estrela. Às 8h53 (horário de Brasília), a nave estará a 6,1 milhões de quilômetros da superfície solar, um feito sem precedentes que promete enriquecer o conhecimento sobre a atmosfera solar e os fenômenos associados, como as tempestades solares.
Desde seu lançamento em agosto de 2018, a missão da Parker Solar Probe tem como objetivo desvendar mistérios que cercam o Sol, incluindo a origem das tempestades solares, que podem impactar as comunicações na Terra. O pico da aproximação está previsto para ocorrer à meia-noite da próxima sexta-feira (27), quando a Nasa poderá confirmar o sucesso da manobra.
“Este é um exemplo das missões ousadas da Nasa, realizando algo que nunca ninguém fez antes para responder a questões de longa data sobre o nosso universo”, afirmou Arik Posner, cientista do programa. A sonda, que atinge velocidades de até 690.000 km/h, é equipada com um escudo térmico projetado para suportar temperaturas extremas, garantindo que seus instrumentos internos permaneçam a uma temperatura estável de cerca de 29°C.
Durante a aproximação, conhecida como periélio, a sonda precisará interromper temporariamente a comunicação direta com a Terra. A confirmação do sucesso da manobra será feita na sexta-feira, quando a nave enviará um sinal indicando que completou a aproximação e que está íntegra.
Além da proximidade extrema, a Parker se destaca por seu design inovador, que inclui um escudo térmico capaz de resistir a temperaturas que podem ultrapassar 1.371°C. Para se ter uma ideia, a superfície do Sol arde a cerca de 5.500°C. A missão é um marco na exploração espacial, pois permitirá que os cientistas obtenham dados sobre a coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol, que é 200 vezes mais quente do que a superfície solar.
Desde o início da missão, a Parker já revelou informações valiosas sobre o comportamento caótico da atmosfera solar. Os dados coletados até agora têm ajudado a esclarecer questões fundamentais sobre o fluxo de energia ao redor do Sol e o que provoca o vento solar, uma corrente supersônica de partículas carregadas emitidas constantemente pela estrela.
Esta aproximação é a primeira de três passagens programadas que estabelecerão novos recordes de proximidade com o Sol. As próximas aproximações estão agendadas para 22 de março e 19 de junho de 2025. A expectativa é que, com essas manobras, a Parker Solar Probe contribua significativamente para o entendimento dos processos que ocorrem no Sol e suas implicações para o sistema solar.
Os cientistas aguardam ansiosamente os primeiros dados científicos que devem ser recebidos nas próximas semanas, o que poderá proporcionar uma nova visão sobre a dinâmica solar e seus efeitos no ambiente espacial.
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