Paulo Guedes é excluído da galeria de ex-ministros da Fazenda em Brasília
A ausência do ex-ministro da Economia na galeria oficial levanta questionamentos sobre sua gestão no governo Bolsonaro.
Paulo Guedes, que atuou como ministro da Economia entre 2019 e 2022 durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não possui sua fotografia na galeria de ex-ministros da Fazenda. A galeria está localizada na sala do Conselho Monetário Nacional (CMN), no 6º andar do prédio do Ministério da Fazenda, em Brasília.
A última imagem exposta na galeria é de Eduardo Guardia, que ocupou o cargo até o final do governo de Michel Temer e faleceu em abril de 2022. A ausência de Guedes, que liderou um “superministério” que integrava diversas pastas, incluindo Fazenda, Planejamento e Indústria, foi notada durante um evento realizado pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na última sexta-feira, 20 de dezembro, Haddad reuniu jornalistas para um café de fim de ano, mas não esclareceu os motivos da exclusão da foto de Guedes. A situação gerou especulações e críticas, especialmente entre ex-assessores do economista, que consideraram a omissão uma “grosseria e indelicadeza”.
Um ex-assessor, que preferiu não se identificar, comentou que, pela abrangência da atuação de Guedes, sua imagem deveria estar representada em várias pastas, dada a importância de suas decisões durante o período em que esteve à frente da Economia.
Após deixar o governo, Guedes tornou-se sócio da gestora de fundos Yvy Capital e tem mantido um perfil discreto, evitando entrevistas. No entanto, fez uma aparição pública em maio de 2024, durante o lançamento de um documentário intitulado Caminho da Prosperidade, em Nova York, onde abordou sua gestão à frente da Economia.
Durante o evento, Guedes afirmou: “Faríamos tudo de novo, com mais intensidade. É o seguinte, começou o governo? Agora vai Petrobras e Banco do Brasil. Vamos ter mais concessões. Estava certo o Banco Central independente. Voltaríamos com a capitalização para a Previdência, porque vai dar problema em cinco ou dez anos.”
A exclusão da foto de Guedes na galeria de ex-ministros da Fazenda ocorre em um contexto de reestruturação das pastas econômicas, que foram desmembradas após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova configuração do ministério inclui a recriação das pastas da Fazenda e do Planejamento, além de outras mudanças significativas na estrutura governamental.
A sala do CMN, onde os ministros da Fazenda realizam reuniões e tomam decisões importantes sobre a política econômica do país, não é acessível ao público. Apesar disso, a ausência da foto de Guedes tem gerado repercussão e questionamentos sobre seu legado e a percepção de sua gestão.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi chefe de Guedes, tem sua imagem exibida na galeria de ex-presidentes da República, no Palácio do Planalto, onde os retratos foram reinstalados após os ataques de 8 de janeiro. A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, fez comentários sobre a presença de alguns ex-presidentes na galeria, insinuando que certas figuras não deveriam ter suas imagens expostas.
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