Em dezembro, o índice registrou aumento de 0,94%, impactando reajustes de locação em janeiro.
27 de Dezembro de 2024 às 08h58

IGP-M encerra 2024 com alta de 6,54% e contratos de aluguel são afetados

Em dezembro, o índice registrou aumento de 0,94%, impactando reajustes de locação em janeiro.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que serve como referência para a correção de aluguéis no Brasil, fechou o ano de 2024 com uma alta acumulada de 6,54%. O dado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que o índice subiu 0,94% em dezembro, um resultado que ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava um aumento de 1,10%.

O IGP-M, que já havia apresentado uma queda histórica de 3,18% em 2023, reflete a variação de preços de bens e serviços, sendo especialmente sensível às oscilações do dólar e das commodities. A desaceleração do índice em dezembro, que foi de 1,30% em novembro, indica uma tendência de contenção na inflação dos aluguéis, embora os contratos que vencem em janeiro de 2025 já estejam sujeitos a reajustes.

O coordenador dos índices de preços do FGV, André Braz, destacou que “commodities, preços administrados e mão-de-obra influenciaram os resultados dos índices componentes do IGP-M” em dezembro. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-M, subiu 1,21% no último mês do ano, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%, acelerou para 0,12%.

O impacto da alta do dólar é um fator crucial para a elevação do IGP-M, uma vez que o índice capta os preços de produtos industriais e agropecuários, que são diretamente afetados pela variação cambial. O IPA, por exemplo, registrou uma alta significativa nos preços do café, que subiu 28,82% em dezembro, influenciado por condições climáticas e pela valorização da moeda americana.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além disso, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que compõe 10% do IGP-M, apresentou um avanço de 0,51% em dezembro, acumulando um ganho de 6,34% ao longo do ano. Esses dados são fundamentais para inquilinos e proprietários, pois o IGP-M é amplamente utilizado como base para reajustes em contratos de locação.

Os inquilinos devem estar atentos ao índice de reajuste estipulado em seus contratos, especialmente considerando que, após a pandemia de Covid-19, muitos novos contratos passaram a utilizar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) como referência. Essa mudança pode resultar em variações significativas nos valores dos aluguéis, dependendo do índice aplicado.

Para efeitos de comparação, em dezembro de 2023, o IGP-M havia registrado uma alta de 0,74% no mês, enquanto acumulava uma queda de 3,18% em 12 meses. A diferença nos resultados entre os dois anos evidencia a volatilidade do mercado e a influência de fatores econômicos globais e locais sobre a inflação.

O aumento de 12,45% nos preços dos aluguéis residenciais, conforme medido pelo Índice FipeZap, também reflete a pressão sobre o mercado imobiliário. Esse índice, que monitora a variação dos preços de aluguéis em 25 cidades brasileiras, mostra que a alta acumulada em 12 meses é de 13,57%, com Salvador liderando o aumento, registrando uma elevação de 32,24%.

Com a alta do IGP-M e as mudanças nas condições econômicas, tanto locadores quanto inquilinos devem se preparar para um cenário de reajustes significativos nos contratos de aluguel, que podem impactar diretamente o orçamento familiar e as decisões de moradia.

Veja também:

Tópicos: