Levantamento revela que a maioria dos trabalhadores defende a redução da carga horária para cinco dias de trabalho semanal.
28 de Dezembro de 2024 às 13h10

Pesquisa aponta que 64% dos brasileiros apoiam o fim da jornada 6x1

Levantamento revela que a maioria dos trabalhadores defende a redução da carga horária para cinco dias de trabalho semanal.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada na última sexta-feira (27), revelou que 64% dos brasileiros são favoráveis ao fim da jornada de trabalho 6x1, que consiste em seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso. O levantamento, que ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios entre os dias 12 e 13 de dezembro, também mostrou que 33% dos entrevistados se opõem à mudança e 3% não souberam responder.

O estudo questionou os participantes sobre a carga de trabalho ideal, e 70% dos entrevistados afirmaram que preferem uma jornada de cinco dias, enquanto 17% optaram por seis dias e 7% por quatro dias de trabalho. Além disso, 82% consideram que a jornada diária ideal deve ser de até oito horas, com apenas 7% defendendo uma carga de trabalho entre oito e doze horas.

O apoio à redução da jornada de trabalho apresenta variações significativas entre diferentes grupos demográficos. Entre as mulheres, 70% são favoráveis à mudança, enquanto 40% dos homens se opõem. A pesquisa também revelou que 81% dos jovens de 16 a 24 anos apoiam a redução, em contraste com 48% dos entrevistados com 60 anos ou mais que se manifestaram contrários.

Em relação à renda familiar, 68% dos entrevistados que ganham até dois salários mínimos apoiam a mudança, enquanto entre aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos, 43% se opõem à proposta. O estudo ainda apontou que 72% dos entrevistados que se identificam como pretos e 66% dos pardos são favoráveis à redução, em comparação a 59% dos brancos.

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A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa a redução da jornada de trabalho está sendo discutida no Congresso e é de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP). A PEC propõe uma carga semanal de 36 horas, distribuídas em quatro dias, alinhando-se a práticas adotadas em países como Alemanha, França e Reino Unido.

O apoio à proposta transcende divisões políticas, com 73% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 53% dos que votaram em Jair Bolsonaro (PL) manifestando apoio à mudança. No entanto, há divergências sobre como a jornada deve ser regulamentada: 58% defendem que a definição deve ser feita por lei, enquanto 39% acreditam que deve ser negociada entre empregadores e trabalhadores.

Estudos realizados em empresas brasileiras indicam que a adoção de uma jornada de quatro dias pode aumentar a produtividade e reduzir o estresse entre os trabalhadores. Um experimento conduzido por duas ONGs revelou que 61,5% das empresas participantes observaram melhorias na execução de projetos, e 58,5% notaram um aumento na criatividade.

O Datafolha, que realizou a pesquisa, destacou que a margem de erro é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%. A discussão sobre a jornada de trabalho e suas implicações para a qualidade de vida dos trabalhadores continua a ser um tema central nas pautas sociais e políticas do país.

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