Biden anuncia envio de US$ 2,5 bilhões em armas para a Ucrânia antes de deixar o cargo
O presidente dos EUA intensifica apoio militar à Ucrânia em meio a incertezas políticas
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira, 30, um pacote de assistência militar no valor de US$ 2,5 bilhões para a Ucrânia. A decisão, comunicada pela Casa Branca, ocorre em um momento crítico, com o término do mandato de Biden se aproximando, previsto para o próximo dia 20 de janeiro.
Este novo aporte inclui um total de US$ 1,25 bilhão destinado diretamente aos militares ucranianos e mais US$ 1,22 bilhão proveniente da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês). Durante o anúncio, Biden destacou que a assistência visa proporcionar um “influxo imediato de capacidades” que o país está utilizando com eficácia no campo de batalha, além de garantir suprimentos de longo prazo, incluindo defesa aérea e artilharia.
O Departamento de Defesa dos EUA está se preparando para enviar centenas de milhares de cartuchos de artilharia, foguetes e veículos blindados, com o objetivo de fortalecer a posição da Ucrânia, especialmente com a chegada do inverno. “Sob minha direção, os Estados Unidos continuarão a trabalhar incansavelmente para fortalecer a posição da Ucrânia nesta guerra”, afirmou Biden.
Com a posse iminente do presidente eleito Donald Trump, que já expressou críticas à política de apoio militar a Kiev, a administração Biden acelera o envio de ajuda. Trump, adversário político de Biden, sinalizou que sua abordagem em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia pode ser diferente, levantando preocupações sobre possíveis cortes na assistência militar.
Desde o início do conflito, os Estados Unidos já enviaram aproximadamente US$ 88,3 bilhões em ajuda à Ucrânia, dos quais cerca de US$ 59,9 bilhões foram destinados a armamentos e apoio militar. O novo pacote representa o maior envio de ajuda militar desde abril, quando o Congresso aprovou novos recursos após meses de impasse.
Além da assistência militar, a secretária do Tesouro, Janet L. Yellen, anunciou a liberação de US$ 3,4 bilhões em ajuda orçamentária adicional à Ucrânia. Esses recursos, geridos pela USAID e pelo Departamento de Estado, são parte da Lei Bipartidária de Dotações Suplementares de Segurança para a Ucrânia de 2024. Yellen enfatizou que o apoio financeiro está condicionado a reformas que visam fortalecer a transparência e a eficiência governamental, além de reforçar medidas anticorrupção.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se estende por três anos, continua a se intensificar, com relatos de que mais de 1.000 soldados norte-coreanos que apoiavam as forças russas na região de Kursk foram mortos ou feridos. A Casa Branca criticou publicamente o presidente russo Vladimir Putin e seu aliado norte-coreano, Kim Jong-un, pela mobilização de tropas mal preparadas e mal equipadas.
Enquanto isso, analistas norte-americanos reconhecem o impacto estratégico das incursões ucranianas em território russo, que resultaram em pesadas perdas para as forças russas, sem grandes baixas do lado ucraniano. Essa nova assistência militar é vista como uma tentativa de Biden de consolidar o apoio a Kiev antes da transição de poder, em um cenário de incertezas políticas e estratégicas.
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