Trump critica Biden por comutação de penas de morte e promete retomar pena capital
Após a decisão de Biden de converter sentenças de 37 prisioneiros, Trump anuncia planos para endurecer leis contra crimes violentos
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou sua indignação nesta terça-feira (24) em relação à decisão do atual presidente, Joe Biden, de comutar as sentenças de morte de 37 prisioneiros federais. Em sua plataforma Truth Social, Trump afirmou que a medida é um desrespeito às vítimas e suas famílias.
“Joe Biden acaba de comutar as sentenças de morte de 37 dos piores assassinos de nosso país”, escreveu Trump, destacando que essa ação não faz sentido e que as famílias das vítimas estão devastadas. O republicano prometeu que, assim que assumir o cargo em 20 de janeiro, instruirá o Departamento de Justiça a buscar vigorosamente a pena de morte para criminosos violentos, incluindo estupradores e assassinos.
A decisão de Biden, anunciada na segunda-feira, altera as penas de 37 dos 40 detentos que aguardavam execução, convertendo-as em prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Entre os beneficiados estão nove condenados por assassinato de colegas de prisão, quatro por homicídios cometidos durante assaltos a bancos e um que matou um agente penitenciário.
Trump, que durante seu primeiro mandato foi responsável pela execução de 13 prisioneiros federais, o maior número desde que a pena de morte foi ratificada pela Suprema Corte em 1976, criticou a decisão de Biden como um retrocesso. Ele ressaltou que a clemência concedida pelo democrata representa uma ameaça à segurança pública.
Os três prisioneiros que não foram beneficiados pela comutação são Djokhar Tsarnaev, condenado pelo atentado à Maratona de Boston em 2013; Dylann Roof, responsável pelo massacre em uma igreja em Charleston, e Robert Bowers, que matou 11 pessoas em uma sinagoga em Pittsburgh. Biden, ao justificar sua decisão, afirmou que, guiado por sua consciência, está convencido de que a pena de morte deve ser abolida em nível federal.
“Não se enganem: eu condeno esses assassinos e lamento pelas vítimas de seus atos desprezíveis. Muitas famílias sofreram perdas inimagináveis e irreparáveis”, disse Biden, enfatizando que sua decisão é uma questão de princípios e experiência.
Atualmente, a pena de morte foi abolida em 23 dos 50 estados dos EUA, e uma moratória está em vigor em outros seis. Em 2024, o país registrou 25 execuções, todas em nível estadual. A decisão de Biden deve provocar reações acaloradas, especialmente entre os republicanos, que veem a medida como uma demonstração de fraqueza.
Trump, por sua vez, reafirmou seu compromisso em restaurar a pena de morte e tornar os Estados Unidos uma “nação de lei e ordem”. Ele também criticou a administração Biden por estar sob pressão para tomar medidas antes de deixar a Casa Branca, sugerindo que a decisão foi motivada por considerações políticas.
Com a proximidade da posse de Trump, o debate sobre a pena de morte nos Estados Unidos promete se intensificar, refletindo as divisões profundas sobre o tema na sociedade americana. A posição de Biden, que se opõe à pena capital, contrasta com a postura de Trump, que busca endurecer as leis contra crimes violentos.
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