Com 20 mulheres, a nova bancada feminina representa 36,3% das cadeiras, um aumento significativo desde 2020.
04 de Janeiro de 2025 às 10h05

Câmara Municipal de São Paulo tem a maior bancada feminina de sua história

Com 20 mulheres, a nova bancada feminina representa 36,3% das cadeiras, um aumento significativo desde 2020.

A Câmara Municipal de São Paulo deu posse à maior bancada feminina de sua história, que agora conta com 20 mulheres. Esse número representa um aumento de 53,8% em relação a 2020, quando foram eleitas 13 vereadoras, um recorde até então.

A nova composição da bancada feminina na Casa corresponde a 36,3% das cadeiras, a maior proporção entre as capitais brasileiras. A diversidade ideológica é uma das características marcantes desse grupo. Das 20 vereadoras, 7 pertencem a partidos de esquerda, como PT, PSOL, Rede e PSB, totalizando 35% das eleitas. As outras 13, que representam 65% da bancada, estão em partidos de centro, como MDB e PSD, e de direita, como o PL.

Entre as novas vereadoras, destacam-se figuras de diferentes espectros políticos. Sonaira Fernandes (PL) e Zoe Martinez (PL), ambas apoiadas por Jair Bolsonaro (PL), representam a ala mais conservadora, enquanto Amanda Paschoal (PSOL), a travesti mais votada para a Câmara, e Luna Zarattini (PT) trazem uma perspectiva progressista, sendo eleitas com o apoio da deputada federal Erika Hilton (PSOL).

O perfil da nova bancada sugere que a busca por consensos será um desafio. Sonaira Fernandes, ex-secretária de Políticas para a Mulher na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), se declara “antifeminista” e é contrária ao aborto, mesmo nos casos previstos em lei. Em contrapartida, Luna Zarattini se destacou por criticar a restrição ao acesso ao aborto legal em hospitais da capital. Amanda Paschoal defende o programa “Respeito desde a Escola”, que visa promover uma cultura de acolhimento e respeito à diversidade. Zoe, por sua vez, se posiciona contra discussões sobre identidade de gênero nas escolas.

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Em suas declarações, Zoe expressou a expectativa de manter uma relação respeitosa na bancada, com embates apenas no âmbito político. “Respeitarei todos os meus colegas independentemente de partido ou gênero, mas não me furtarei a defender os ideais pelos quais fui eleita”, afirmou. O foco de seu mandato será a educação básica, com propostas para a criação de novos Centros Educacionais Unificados e a implementação de disciplinas de educação financeira e empreendedorismo nas escolas.

Luna ressaltou a importância do diálogo e da busca por avanços em prol das mulheres, especialmente as mais pobres, negras e quilombolas. “Será necessário diálogo e conversas”, afirmou, lembrando sua atuação na CPI contra a violência e o assédio sexual. “Mesmo com uma composição diversa, nós, mulheres, chegamos a consensos sobre a necessidade de melhorar os equipamentos públicos, como as delegacias que não ficam abertas 24 horas. É possível encontrar acordos entre mulheres de diferentes partidos”, completou a petista, que pretende trabalhar no combate à fome por meio de cozinhas solidárias.

Amanda Paschoal acredita que a diversidade de ideias é parte fundamental da democracia. “Enquanto a bancada feminina estiver atuando para defender os direitos de mulheres, do povo e combatendo a desigualdade, estaremos juntas”, disse. No entanto, ela fez um alerta: “Não estarei do lado de quem quiser excluir mulheres negras, indígenas, trans e periféricas de políticas públicas”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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