Pesquisa revela que 86% dos brasileiros desaprovam atos de vandalismo de 8 de janeiro
Levantamento da Quaest aponta que a desaprovação se mantém alta entre eleitores de Bolsonaro e Lula.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (6), revelou que 86% dos brasileiros desaprovam os atos de invasão e vandalismo que ocorreram no dia 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O estudo mostra que, mesmo após dois anos do episódio, a desaprovação se mantém elevada em todas as regiões do país.
Felipe Nunes, diretor da Quaest, destacou que a desaprovação é consistente entre diferentes faixas de renda, escolaridade e idades. “A desaprovação aos atos aparece próxima dos 86% em todas as regiões do país, sem diferenças estatísticas significativas entre os eleitores de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou Nunes.
O levantamento, que entrevistou 8.598 pessoas entre os dias 4 e 9 de dezembro de 2023, aponta que a desaprovação é de 85% entre os eleitores de Bolsonaro e 88% entre os apoiadores de Lula. Esses números representam uma redução em relação ao índice de 94% registrado em fevereiro de 2023, logo após os eventos.
Além disso, a pesquisa também investigou a percepção dos entrevistados sobre a influência de Bolsonaro nos atos. De acordo com os dados, 50% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente teve algum tipo de participação na organização das invasões, enquanto 39% discordam dessa afirmação.
Outra questão abordada foi a possibilidade de que Bolsonaro estivesse envolvido em um plano de tentativa de golpe de Estado. A pesquisa revelou que 48% dos entrevistados acreditam que ele participou desse plano, enquanto 34% não compartilham dessa visão.
A desaprovação dos atos de 8 de janeiro também se destaca quando comparada a eventos semelhantes em outros países. Nunes ressaltou que a rejeição no Brasil supera a observada nos Estados Unidos após a invasão ao Capitólio, onde a desaprovação subiu de 9% para 20% dois anos após o ocorrido.
O estudo sugere que, apesar da polarização política que permeia o país, a maioria da população se posiciona contra a violência institucional e a politização de atos de vandalismo. “A rejeição aos atos do 8 de janeiro mostra a resistência da democracia brasileira e a responsabilidade da elite política”, concluiu Nunes.
Os dados da pesquisa refletem um cenário em que a desaprovação aos atos de vandalismo se mantém robusta, indicando que a sociedade brasileira continua a se opor a ações que ameaçam a ordem democrática.
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