Pesquisa AtlasIntel revela que quase metade dos brasileiros desaprova o presidente, refletindo pessimismo econômico.
10 de Janeiro de 2025 às 12h36

Desaprovação de Lula atinge 49,8%, a maior desde o início do mandato

Pesquisa AtlasIntel revela que quase metade dos brasileiros desaprova o presidente, refletindo pessimismo econômico.

A desaprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu 49,8% em dezembro de 2024, o maior índice registrado durante seu mandato, segundo pesquisa realizada pela AtlasIntel. O levantamento, que envolveu 2.873 brasileiros entre os dias 26 e 31 de dezembro, mostra um aumento em relação aos 47,3% registrados no mês anterior, conforme o LatAm Pulse.

Os dados indicam que apenas 47,8% dos entrevistados aprovam o governo Lula, enquanto 2,4% não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa revela um cenário de crescente insatisfação, que se intensificou desde abril de 2024, quando a desaprovação era de 43,4%. Essa tendência de alta é um sinal de alerta para o governo, que enfrenta desafios significativos em meio ao pessimismo econômico.

Mais da metade dos entrevistados (54,6%) classificou a situação econômica do Brasil como “ruim”, enquanto apenas um terço a considerou “boa” e 15% a avaliaram como “normal”. Apesar de um crescimento econômico sólido e níveis de desemprego relativamente baixos, os brasileiros se sentem pressionados por altos custos de empréstimos e uma inflação crescente, o que tem gerado desconfiança entre investidores.

O descontentamento com a gestão de Lula também se reflete na avaliação de seu desempenho. Quase 44,6% dos entrevistados consideraram seu governo “ruim” ou “péssimo”, enquanto 40,8% o avaliaram como “ótimo” ou “bom”. A pesquisa sugere que, apesar de algumas medidas de apoio aos mais pobres, como isenções fiscais, a percepção geral sobre o governo permanece negativa.

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Entre os brasileiros de renda mais baixa, Lula obteve um apoio considerável, mas 58% afirmaram que as isenções fiscais não alteraram sua visão sobre o governo. Em contrapartida, aqueles que possuem renda familiar superior a R$ 10 mil demonstraram uma aprovação de 53,9%, enquanto entre os que ganham de R$ 5 mil a R$ 10 mil, a aprovação foi de 51,5%.

O aumento da desaprovação coincide com a implementação de um plano de corte de gastos pelo governo, que foi mal recebido pelos mercados financeiros. A proposta de isenção de Imposto de Renda para os trabalhadores mais pobres, embora tenha sido uma tentativa de amenizar os efeitos das medidas de austeridade, não foi suficiente para restaurar a confiança dos investidores, que continuam a se desfazer de ativos locais.

Como resultado dessa desconfiança, o real enfrentou uma desvalorização histórica em relação ao dólar, o que pode levar a novos aumentos nos preços dos combustíveis. Em resposta, o Banco Central começou a elevar as taxas de juros novamente, buscando conter a inflação e estabilizar a economia.

A pesquisa da AtlasIntel, que possui uma margem de erro de 2 pontos percentuais, reflete um momento crítico para o governo Lula, que precisa encontrar formas de reverter a tendência de queda em sua popularidade e restaurar a confiança da população e dos investidores.

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