Ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino compõem a turma responsável pelo caso.
06 de Janeiro de 2025 às 13h10

Jair Bolsonaro enfrentará julgamento por tentativa de golpe na Primeira Turma do STF

Ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino compõem a turma responsável pelo caso.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está prestes a ser julgado criminalmente pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. O caso, que se tornou um dos mais emblemáticos da recente história política brasileira, será analisado por um colegiado formado pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

Com exceção de Luiz Fux, cuja posição é considerada incerta, os outros quatro ministros são vistos como votos certos contra o ex-presidente. Essa composição levanta preocupações sobre as chances de Bolsonaro em um julgamento que poderá ter implicações significativas para sua carreira política e para a estabilidade do sistema democrático no Brasil.

A defesa de Bolsonaro já manifestou a intenção de solicitar que o caso seja transferido para o plenário do STF, onde acredita que poderia contar com um cenário mais favorável. No entanto, a decisão sobre essa mudança cabe ao relator do caso, Alexandre de Moraes, que até o momento parece inclinado a manter o julgamento na Primeira Turma.

Em dezembro de 2023, o STF decidiu reestruturar a condução de julgamentos de ações criminais, devolvendo a responsabilidade a suas duas turmas, em vez de um colegiado de 11 magistrados. Essa mudança foi implementada pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, com o objetivo de racionalizar a distribuição de processos e reduzir a sobrecarga do plenário, especialmente após os eventos de 8 de janeiro que resultaram em um aumento significativo no número de ações judiciais.

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Barroso destacou que essa reestruturação é essencial para garantir a “razoável duração do processo”, conforme previsto na Constituição. A expectativa é que essa mudança traga maior eficiência e celeridade aos julgamentos, especialmente em casos que envolvem figuras públicas e autoridades, como é o caso de Bolsonaro.

O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por crimes que incluem a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A investigação aponta que Bolsonaro teria “plena consciência e participação ativa” em um plano que visava desestabilizar a democracia brasileira e manter-se no poder após as eleições de 2022.

Além de Bolsonaro, outras 37 pessoas também foram indiciadas, incluindo Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. A Polícia Federal, em seu relatório, detalhou a execução de atos clandestinos que visavam promover a abolição do Estado Democrático de Direito.

O próximo passo no processo será a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve apresentar uma denúncia formal ao STF. A expectativa é que essa denúncia seja encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, que deverá decidir se o caso será mantido na Primeira Turma ou se será levado ao plenário.

O cenário político em torno do julgamento de Bolsonaro é tenso, com aliados do ex-presidente buscando estratégias para minimizar os danos e garantir um tratamento mais favorável no tribunal. O desfecho desse caso poderá ter repercussões significativas para o futuro político de Bolsonaro e para a confiança da população nas instituições democráticas do Brasil.

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