Mudanças no calendário vacinal visam aumentar a proteção contra a poliomielite no Brasil.
06 de Janeiro de 2025 às 15h50

Novo esquema vacinal contra poliomielite elimina gotinhas a partir de 2025

Mudanças no calendário vacinal visam aumentar a proteção contra a poliomielite no Brasil.

A partir de 2025, o Brasil implementará um novo esquema vacinal para a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, que substituirá as tradicionais gotinhas pela vacina injetável. Crianças de 2, 4 e 6 meses receberão exclusivamente a vacina inativada poliomielite (VIP), enquanto uma dose de reforço injetável será aplicada aos 15 meses de idade. Essa mudança foi oficialmente anunciada pelo Ministério da Saúde e já está em vigor desde novembro do ano passado.

De acordo com o Ministério, essa alteração não se trata de uma nova dose, mas sim de uma reestruturação do esquema vacinal, fundamentada em evidências científicas e recomendações internacionais. A vacina oral poliomielite (VOP), que contém o vírus enfraquecido, pode, em condições sanitárias inadequadas, resultar em casos da doença derivados da própria vacina.

A decisão de substituir a VOP pela VIP conta com o respaldo da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A orientação é que a VOP seja utilizada apenas em situações de controle de surtos, como o que ocorreu na Faixa de Gaza, onde foi registrado o primeiro caso de poliomielite em 25 anos, em um bebê de 10 meses que não havia recebido nenhuma das doses previstas.

Em 2023, o Ministério da Saúde já havia anunciado a adoção exclusiva da VIP como reforço aos 15 meses, substituindo a versão oral que era aplicada até então. A segunda dose de reforço, que era administrada aos 4 anos, foi considerada desnecessária, uma vez que o novo esquema vacinal, com quatro doses, garante proteção adequada contra a doença.

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A atualização do calendário vacinal levou em conta critérios epidemiológicos e as evidências científicas disponíveis. Desde 1989, o Brasil não registra casos de poliomielite, mas a cobertura vacinal tem apresentado quedas significativas nos últimos anos. Em 2022, a taxa de imunização ficou em apenas 77,19%, bem abaixo da meta de 95% estabelecida pelas autoridades de saúde.

O Ministério da Saúde reitera que a vacinação é uma das estratégias mais eficazes para proteger a saúde pública. Além de prevenir doenças graves, a imunização ajuda a reduzir a disseminação de agentes infecciosos, protegendo também aqueles que não podem ser vacinados por questões de saúde.

O calendário nacional de vacinação abrange 19 vacinas que garantem proteção ao longo de todas as fases da vida, desde o nascimento até a terceira idade. Além da poliomielite, as vacinas incluem imunizantes contra doenças como sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é o responsável por coordenar as campanhas anuais de vacinação, com o objetivo de alcançar altas coberturas vacinais e garantir proteção tanto individual quanto coletiva.

Com a implementação desse novo esquema vacinal, o Brasil busca fortalecer a imunização contra a poliomielite e garantir que a população permaneça protegida contra essa doença, que, apesar de não ter sido registrada no país há mais de três décadas, ainda representa um risco em algumas regiões do mundo.

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