Governo de São Paulo investe R$ 708,2 milhões em segurança pública desde 2023
Aquisições incluem 16,5 mil armas, 12 mil câmeras corporais e um helicóptero H135, além de reformas em unidades policiais.
O governo de São Paulo anunciou um investimento total de R$ 708,2 milhões em equipamentos e tecnologia para as forças de segurança do Estado desde 2023. O balanço revela que as aquisições incluem 16,5 mil armas, 12 mil câmeras corporais, 20,8 mil coletes, 1.607 viaturas e um helicóptero modelo H135, conhecido como Águia 33.
Segundo o capitão Gustavo Maciel, que atua no Grupo Setorial de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas da Secretaria de Segurança Pública, a seleção dos materiais foi realizada com base nos critérios estabelecidos pelo Plano Plurianual. Este plano orienta a aplicação do orçamento em ações que visam o combate ao crime organizado. “Temos uma ação orçamentária chamada Integração e Combate ao Crime Organizado, que busca equipar as polícias com os recursos necessários para enfrentar a criminalidade”, afirmou Maciel.
O helicóptero Águia 33, adquirido em julho de 2023 por R$ 52,9 milhões, é o primeiro da frota a contar com turbina leve e equipamentos aeromédicos. Desde sua aquisição, a aeronave tem sido utilizada em operações de resgate e no combate a incêndios florestais, em parceria com o Corpo de Bombeiros.
Além dos novos equipamentos, o governo paulista informou que, desde 2023, foram entregues ou reformadas 37 unidades da Polícia Civil, com um investimento de R$ 104,4 milhões. Outros R$ 26,9 milhões foram direcionados para a construção ou reforma de 20 batalhões e quartéis da Polícia Militar, enquanto R$ 24,6 milhões foram aplicados em quatro unidades da Superintendência da Polícia Técnico-Científica. O Corpo de Bombeiros também recebeu melhorias, com dez reformas ou manutenções realizadas.
Esses investimentos visam preparar as polícias Militar, Civil, Técnico-Científica e o Corpo de Bombeiros para enfrentar o crime organizado, ao mesmo tempo em que garantem maior proteção individual dos agentes durante as operações.
O balanço apresentado nesta semana é parte de um conjunto de ações que inclui o reforço do efetivo policial, com a previsão de 7,8 mil novos agentes a serem incorporados em 2024. Este é o maior número de novos policiais nos últimos 14 anos, segundo informações do governo do Estado.
Violência policial
Dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que a polícia de São Paulo registrou 496 mortes de janeiro a setembro de 2024, o que representa o maior número para esse período desde 2020, quando foram contabilizadas 575 mortes. Essa estatística representa um aumento de 75% em comparação ao mesmo período de 2023, que teve 283 óbitos.
Após uma série de incidentes de violência policial, o governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, reconheceu que errou ao criticar as câmeras corporais e ao incentivar o confronto como método de atuação policial.
No mesmo período, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou uma decisão que torna obrigatório o uso de câmeras corporais pelos policiais militares de São Paulo. Os equipamentos devem ser utilizados em três situações específicas: durante operações de “grande envergadura”, em incursões em “comunidades vulneráveis para restaurar a ordem pública” e em ações para responder a ataques a policiais militares. A decisão também prevê que, com o tempo, o governador amplie a instalação das câmeras para além das situações prioritárias.
A Secretaria de Segurança Pública informou que não há aparelhos suficientes para os cerca de 80 mil policiais do Estado. Barroso sugeriu que, neste momento, o governo priorize as regiões onde há disponibilidade dos equipamentos, mas que a distribuição das câmeras deve ser feita de forma “estratégica” em áreas com maior índice de letalidade policial.
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