Ações da Azul disparam após acordo com governo para reestruturação de dívidas
A companhia aérea Azul registra forte alta nas ações após acordos que reduzem passivos fiscais em bilhões.
As ações da companhia aérea Azul (AZUL3) apresentaram um expressivo aumento nesta segunda-feira, impulsionadas por um conjunto de notícias favoráveis que incluem acordos com o governo para a reestruturação de dívidas. Por volta das 15h50, os papéis da empresa subiam 14,67%, destacando-se como a maior alta percentual do Ibovespa, que avançava 1%. Os papéis da Gol (GOLL4), também beneficiados por acordos semelhantes, saltavam 13,05%.
O aumento das ações da Azul ocorre em um contexto de recuperação do mercado, onde a queda do dólar e dos preços do petróleo tipo Brent contribuem para a diminuição das pressões de custo sobre a companhia. O dólar comercial recuava 0,88%, cotado a R$ 6,1275, enquanto o preço do Brent para março caía 0,27%, a US$ 76,30.
Na última sexta-feira, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) anunciou que a Azul e a Gol firmaram acordos para a renegociação de dívidas que totalizam cerca de R$ 5,8 bilhões. O novo acordo permite que os pagamentos sejam realizados em até 120 parcelas, oferecendo um alívio significativo para as companhias aéreas.
O acordo da Azul para reestruturar seu passivo fiscal envolve a renegociação de dívidas que somam aproximadamente R$ 2,9 bilhões. A empresa informou que, com a reestruturação, o valor total de seus débitos será reduzido em mais de R$ 1,8 bilhão, considerando a conversão de depósitos judiciais e a utilização de prejuízos fiscais, além de reduções efetivas nos juros e multas.
O saldo remanescente, que gira em torno de R$ 1,1 bilhão, será pago em um período de 60 meses para os débitos previdenciários e em até 120 meses para os demais débitos tributários. Essa reestruturação é vista como um passo importante para a recuperação financeira da companhia, que enfrenta desafios significativos no setor aéreo.
Rafael Passos, sócio-fundador da Ajax Asset Management, comentou sobre o cenário favorável: “Estamos em um ambiente mais positivo para a tomada de risco, com o dólar e o Brent em queda, o que é um fator adicional para o papel ganhar mais ímpeto. Além disso, a reestruturação de passivo dá um fôlego maior para os papéis”.
As ações da Azul estão em sua sexta sessão consecutiva de alta, refletindo a confiança do mercado na recuperação da companhia. A Gol, por sua vez, também se beneficia de um acordo que reduz sua dívida de cerca de R$ 5 bilhões para R$ 880 milhões, permitindo que a empresa equacione seus débitos fiscais de maneira mais viável.
Ambas as companhias aéreas estão em um momento crucial, buscando se reerguer após períodos de dificuldades financeiras acentuadas pela pandemia de Covid-19. A reestruturação das dívidas é um passo significativo para garantir a sustentabilidade e a continuidade das operações das empresas no competitivo setor aéreo brasileiro.
O mercado observa atentamente os desdobramentos desses acordos, que podem influenciar não apenas as ações da Azul e da Gol, mas também o panorama do setor aéreo como um todo, que ainda busca se recuperar das perdas acumuladas nos últimos anos.
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