Carcereira brasileira é condenada a 15 meses de prisão por relação com detento no Reino Unido
Linda De Sousa Abreu admitiu ter feito sexo com um preso e teve vídeo vazado, gerando investigação.
A ex-agente penitenciária brasileira Linda De Sousa Abreu, de 31 anos, foi condenada a 15 meses de prisão pela Justiça britânica após ser filmada mantendo relações sexuais com um detento no presídio HMP Wandsworth, em Londres. O caso, que ganhou notoriedade após a divulgação do vídeo, resultou em sua prisão em junho de 2024, no Aeroporto de Heathrow, enquanto tentava embarcar para a Espanha.
Durante o julgamento no Tribunal da Coroa de Isleworth, o juiz Martin Edmunds destacou que as ações de Linda não eram um incidente isolado, mas parte de um padrão de comportamento. A gravação que circulou nas redes sociais foi realizada por outro preso e levou à abertura de uma investigação pela polícia metropolitana, que começou a apurar o caso poucos dias antes da prisão de Linda.
Linda, que é casada e mãe de uma menina de oito anos, admitiu ter se relacionado com Linton Weirich, o detento que aparece no vídeo. Weirich, de 36 anos, cumpre pena por roubo de objetos avaliados em 65 mil libras, retirados de um cofre em Kensington, um dos bairros mais nobres de Londres.
Em sua defesa, a irmã de Linda, Andreina, uma personal trainer que reside em Londres, afirmou que havia alertado a ex-agente penitenciária sobre a necessidade de separar sua vida pessoal de sua profissão. “Ela estava em um programa do Channel Four chamado Open House, onde casais testam seus relacionamentos. Eu nunca assistiria a isso com minha irmã”, declarou Andreina ao DailyMail.
A ex-agente penitenciária também era conhecida por seu trabalho como modelo e por manter um perfil na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans, onde se apresentava sob o pseudônimo de Linda La Madre, cobrando cerca de R$ 56 por mês de seus assinantes. A irmã de Linda revelou que o casal produzia conteúdo para a plataforma, incluindo vídeos em que participavam de experiências sexuais com outras pessoas.
O juiz Edmunds enfatizou que o comportamento de Linda prejudicou anos de esforços para promover um ambiente seguro para funcionárias em prisões masculinas. O diretor do presídio de Wandsworth, Andrew Davy, afirmou que o episódio resultou em um aumento de assédios e cantadas dirigidas às funcionárias da instituição, que agora se sentem como “alvos fáceis”.
Após sua prisão, Linda passou por uma audiência de custódia e foi liberada, mas com restrições que a impediam de entrar em aeroportos. Em julho, ela se declarou culpada de má conduta em cargo público, admitindo que suas ações eram inaceitáveis para uma funcionária do sistema penitenciário.
A promotoria britânica argumentou que Linda abusou de sua posição para estabelecer um relacionamento sexual com um detento, o que é considerado uma violação grave das normas de conduta. O juiz deixou claro que a sentença serve como um aviso de que comportamentos inadequados não serão tolerados no sistema prisional.
O caso de Linda De Sousa Abreu não é um incidente isolado, mas reflete um problema mais amplo dentro do sistema prisional, onde a confiança e a segurança são constantemente desafiadas. As autoridades britânicas estão intensificando as medidas de fiscalização para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.
O episódio gerou discussões sobre a necessidade de maior supervisão e treinamento para os funcionários que trabalham em prisões masculinas, especialmente no que diz respeito ao tratamento de mulheres em ambientes predominantemente masculinos. A condenação de Linda é um passo em direção à responsabilização de funcionários que não cumprem os padrões exigidos.
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