Ato em Brasília marca dois anos dos ataques de 8 de janeiro com devolução de obras
Amanhã, a Praça dos Três Poderes receberá cerimônia de devolução de obras restauradas após os ataques de 2023.
Amanhã, a Praça dos Três Poderes, em Brasília, será o cenário de uma cerimônia que marca o segundo aniversário dos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de uma agenda que inclui atos públicos e simbólicos, com foco na devolução de obras de arte restauradas após os eventos de vandalismo.
Os atos terão início na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, às 9h30, com a reintegração de obras de arte que foram danificadas durante os ataques. Um dos destaques será um raro relógio do século XVII, que foi trazido ao Brasil por D. João VI em 1808. A peça, recuperada na Suíça sem custos para o governo brasileiro, é uma das duas existentes no mundo e havia sido destruída durante os tumultos de 2023.
Antônio Cláudio Alves Ferreira, o mecânico responsável pela destruição do relógio histórico, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de prisão por crimes como golpe de Estado e associação criminosa armada. Além disso, ele e outros réus foram condenados a pagar R$ 30 milhões em indenizações coletivas.
A solenidade programada para esta quarta-feira, 8, incluirá a entrega de 21 obras de arte restauradas. Às 10h30, ocorrerá o descerramento da obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, que foi danificada durante os atos. A cerimônia contará com a presença de autoridades e está agendada para as 11h, no Salão Nobre do Planalto.
À tarde, Lula descerá a rampa do Planalto para participar do evento denominado “Abraço da Democracia”. Este ato simbólico reunirá representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de movimentos sociais.
O “Abraço” contará com a presença de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e deve reunir cerca de mil pessoas.
Os eventos ocorrem em um contexto em que o Congresso Nacional discute a possibilidade de anistia para os envolvidos nos atos golpistas. Os líderes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) são figuras centrais na tramitação dessa pauta.
Além disso, a cerimônia também simboliza os avanços nas investigações sobre a tentativa de golpe. No último ano, o general Walter Braga Netto se tornou o primeiro general de quatro estrelas a ser preso por suspeita de envolvimento em uma trama golpista, sendo indiciado junto a outros 36 aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os atos de amanhã visam não apenas a devolução de obras, mas também a reafirmação de um compromisso com a memória dos eventos que marcaram a história recente do país.
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