A oposição acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de transformar ato em palanque eleitoral, com ausência de líderes políticos.
10 de Janeiro de 2025 às 09h09

Oposição critica governo por uso eleitoral de ato em memória ao 8 de Janeiro

A oposição acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de transformar ato em palanque eleitoral, com ausência de líderes políticos.

A oposição ao governo federal manifestou sua indignação ao acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de utilizar o ato em memória aos dois anos do 8 de Janeiro como um "palanque eleitoral". O evento, que deveria ser uma homenagem, foi descrito por parlamentares como uma tentativa de exploração política. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a cerimônia foi "uma ode ao crime impossível de tentativa de golpe", enquanto o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) a classificou como "teatro" e acusou Lula de tentar se "vitimizar".

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) também se manifestou, pedindo um maior "equilíbrio" entre os três Poderes e considerando o evento como um "espetáculo midiático". Outros membros da oposição condenaram o que consideram ser um excesso de interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) nas prerrogativas do Legislativo, especialmente em relação aos eventos do 8 de Janeiro.

Os opositores argumentaram que atos de vandalismo semelhantes aos ocorridos naquele dia foram minimizados em outros momentos da história. O deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) criticou a postura do presidente, afirmando que Lula fez "proselitismo político sobre um cadáver" ao mencionar a morte de um dos presos durante os eventos de 2023.

Durante a cerimônia, o presidente Lula enfatizou a importância de defender a democracia e punir os responsáveis pelos ataques de 2023, além de mencionar as investigações sobre a tentativa de golpe ocorrida no ano passado. O petista também elogiou o papel das Forças Armadas na defesa da soberania nacional e fez menção ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é o relator dos processos relacionados ao 8 de Janeiro na Corte.

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A promessa do governo de investir R$ 40 milhões na criação do Museu da Democracia também foi alvo de críticas. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) questionou a utilização da palavra "golpe" para descrever os acontecimentos de 2023 e afirmou que o projeto "eterniza narrativas".

O Museu da Democracia foi anunciado no início do ano passado como uma forma de lembrar os ataques golpistas e preservar a memória democrática do país. Entretanto, conforme reportado anteriormente, o projeto não avançou e o governo cortou os recursos destinados à sua construção em 2024, sem previsão de novos investimentos para este ano.

A ausência dos líderes políticos Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, durante o ato também foi notada, reforçando a percepção de que o evento tinha um caráter eleitoral, além do político.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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