Francisca Maria da Silva é a quarta vítima fatal de envenenamento no Piauí
Após seis dias internada, mulher de 32 anos não resistiu ao veneno em arroz; investigação avança.
Na madrugada desta terça-feira (7), Francisca Maria da Silva, de 32 anos, faleceu no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, localizado em Parnaíba, no litoral do Piauí. Ela é a quarta vítima fatal de um caso de envenenamento que atingiu sua família após consumirem arroz contaminado com uma substância tóxica conhecida como 'chumbinho'.
Francisca estava internada desde o dia 1º de janeiro, quando, junto com outros membros da família, começou a apresentar os sintomas do envenenamento. Ao todo, nove pessoas da mesma família ingeriram o arroz, que estava preparado como um baião de dois, uma receita típica que combina arroz e feijão.
Além de Francisca, já faleceram dois de seus filhos: um bebê de um ano e oito meses, identificado como Igno Davi da Silva, e uma menina de três anos, chamada Lauane da Silva. Também perdeu a vida o irmão de Francisca, Manoel Leandro da Silva, de 18 anos. A filha mais nova de Francisca, de apenas quatro anos, permanece internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), enquanto outros quatro membros da família já receberam alta médica.
O envenenamento foi inicialmente identificado no dia 1º, quando os primeiros sintomas começaram a surgir. O laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou a presença de uma substância altamente tóxica, que é comumente encontrada em pesticidas e agrotóxicos, no arroz consumido pela família.
A investigação da Polícia Civil do Piauí está em andamento e trata o caso como um possível homicídio. O delegado Abimael Silva afirmou que “é impossível que o veneno tenha ido parar na comida sem a intenção de alguém”. Até o momento, não foram divulgados suspeitos, mas a participação de algum membro da família não está descartada.
Francisca Maria da Silva era mãe de cinco filhos, e com a morte recente, quatro deles faleceram em circunstâncias trágicas. Em agosto de 2024, dois de seus filhos, Ulisses Gabriel e João Miguel, de sete e oito anos, respectivamente, morreram após consumirem cajus envenenados, também com a mesma substância. A vizinha responsável por esse crime está presa e enfrenta acusações de duplo homicídio qualificado.
O caso do arroz envenenado gerou grande comoção na comunidade local e levantou questões sobre a segurança alimentar e a possibilidade de envenenamento intencional. As autoridades estão em busca de respostas e a investigação continua a ser uma prioridade para a Polícia Civil.
Enquanto isso, a família de Francisca enfrenta um luto profundo, com a perda de tantos entes queridos em um curto espaço de tempo. A situação ressalta a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso em casos de envenenamento e a importância de medidas preventivas para evitar que tragédias como essa se repitam.
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