Francisco da Costa, de 53 anos, foi preso após quatro mortes por envenenamento em Parnaíba, Piauí. Ele nega as acusações.
08 de Janeiro de 2025 às 17h19

Padrasto é acusado de envenenar família e chamava enteados de 'primatas', diz polícia

Francisco da Costa, de 53 anos, foi preso após quatro mortes por envenenamento em Parnaíba, Piauí. Ele nega as acusações.

A Polícia Civil do Piauí investiga Francisco da Costa, de 53 anos, que foi preso temporariamente sob a acusação de envenenar sua família em Parnaíba. O caso, que resultou na morte de quatro pessoas, incluindo uma de suas enteadas, Maria Francisca, levanta questões sobre o tratamento que ele dispensava aos filhos de sua companheira, a quem chamava de 'primatas'.

De acordo com a investigação, Francisco tinha uma relação conturbada com os enteados, frequentemente maltratando-os e fazendo comentários depreciativos. Em depoimentos, ele se referiu a Maria Francisca como “uma criatura que tinha a mente boba, tola, que não serve para nada”, conforme relatado pela polícia.

Nove membros da família foram intoxicados após consumirem um prato típico, o baião de dois, durante a celebração do Réveillon. A intoxicação foi causada por terbufós, uma substância tóxica utilizada em inseticidas, que foi encontrada nos alimentos e nos utensílios utilizados para o preparo.

O delegado Abimael Silva, responsável pelo caso, destacou que os depoimentos de Francisco apresentaram diversas contradições. “Precisamos deixar claro que ele é o principal suspeito, mas a investigação ainda não foi concluída. No entanto, todos os indícios apontam para ele”, afirmou o delegado em coletiva de imprensa.

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Francisco era companheiro de Maria dos Aflitos, mãe de oito filhos, dos quais seis viviam na residência onde ocorreu o envenenamento. Os filhos relataram que o padrasto não se comunicava com eles e nutria um forte sentimento de ódio em relação à mãe.

Conversas obtidas pela polícia no celular de Francisco revelaram seu desprezo pela esposa e seus filhos. Ele expressou o desejo de que Maria Francisca “sumisse” de casa e a descreveu como uma “criatura de mente vazia”, demonstrando um comportamento hostil e agressivo.

Os exames laboratoriais realizados confirmaram a presença da substância tóxica na comida servida durante o Réveillon. O delegado acredita que o veneno foi adicionado na manhã seguinte à festa, quando o alimento permaneceu sobre o fogão antes de ser preparado novamente por uma filha adolescente de Maria dos Aflitos, que foi orientada por Francisco a servir o arroz.

A primeira linha de investigação considerou a possibilidade de um intruso ter entrado na casa enquanto a família dormia e envenenado a comida. No entanto, essa hipótese foi descartada, uma vez que todos estavam amontoados no local e a porta estava bloqueada por objetos do lado de dentro.

O inquérito segue em andamento, com um prazo de 30 dias para conclusão, e a polícia continua a coletar evidências e depoimentos para esclarecer os detalhes do caso.

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