Deise Moura dos Anjos, presa por envenenar familiares, comprou arsênio pela internet, diz polícia.
13 de Janeiro de 2025 às 16h22

Polícia encontra nota fiscal de arsênio em celular de mulher suspeita de envenenamento no RS

Deise Moura dos Anjos, presa por envenenar familiares, comprou arsênio pela internet, diz polícia.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou a descoberta de uma nota fiscal de compra de arsênio no celular de Deise Moura dos Anjos, de 39 anos, suspeita de envenenar e causar a morte de quatro pessoas da própria família. O documento, que foi obtido pela RBS TV, apresenta o nome da investigada como destinatária e a identificação do produto como arsênio, uma substância altamente tóxica.

De acordo com as investigações, Deise teria adquirido o veneno pela internet em pelo menos quatro ocasiões ao longo de cinco meses. As compras foram realizadas com entregas feitas pelos Correios. O delegado Marcos Veloso, responsável pelo caso, afirmou em coletiva de imprensa que “hoje posso dizer com certeza que ela pesquisou, comprou, recebeu e usou o veneno para matar as vítimas”.

As mortes ocorreram em um evento familiar em Torres, na véspera de Natal, onde três mulheres, irmãs e sobrinha da sogra de Deise, consumiram um bolo que estava contaminado com arsênio. As vítimas foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, Neuza Denize Silva dos Anjos e Tatiana Denize Silva dos Anjos. Apenas uma criança de dez anos que também comeu o bolo sobreviveu e recebeu alta hospitalar.

Além das mortes ocorridas em dezembro, Deise também é investigada pela morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro. Inicialmente, a causa de sua morte foi atribuída a complicações de uma infecção intestinal, mas exames posteriores revelaram a presença de arsênio em seu corpo. A polícia acredita que Deise pode ter envenenado o sogro ao adicionar a substância ao leite em pó que ele consumiu.

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A defesa de Deise Moura dos Anjos, que está presa temporariamente desde o dia 5 de janeiro, afirmou que as declarações divulgadas pela polícia ainda não foram judicializadas e que aguardam a integralidade dos documentos e provas para análise. Os advogados da suspeita alegam que não tiveram acesso completo à investigação em andamento.

As investigações revelaram que Deise tinha um histórico de desentendimentos com sua sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, que preparou o bolo envenenado. A polícia está apurando se a farinha utilizada na receita foi contaminada antes do evento, possivelmente durante uma visita de Deise à casa de sua sogra em novembro.

Durante a coletiva, a delegada Sabrina Deffente destacou que há “fortes indícios” de que Deise tenha praticado outros envenenamentos e não descarta a possibilidade de novas exumações para investigar mortes anteriores de pessoas próximas a ela. A polícia também encontrou no celular da suspeita buscas relacionadas a venenos e substâncias letais, o que reforça a suspeita de que ela planejava os envenenamentos.

O arsênio, que é um composto químico altamente tóxico, é proibido para venda no Brasil como raticida e seu uso como agente quimioterápico é restrito. A descoberta da nota fiscal e as investigações em andamento levantam questões sobre a segurança e a regulamentação da venda de substâncias perigosas pela internet.

O caso continua a ser investigado pela Polícia Civil, que busca esclarecer todos os detalhes e a dinâmica que levaram ao envenenamento das vítimas. A polícia também está atenta a possíveis outros casos de envenenamento que possam estar relacionados a Deise Moura dos Anjos.

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