Deise Moura dos Anjos, envolvida no caso do bolo envenenado, é investigada por mortes de familiares; sogro também foi vítima.
10 de Janeiro de 2025 às 17h01

Suspeita de envenenar bolo com arsênio é acusada de homicídios em série no RS

Deise Moura dos Anjos, envolvida no caso do bolo envenenado, é investigada por mortes de familiares; sogro também foi vítima.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga Deise Moura dos Anjos, de 39 anos, como a principal suspeita de ter envenenado um bolo com arsênio, resultando na morte de três pessoas de sua família em Torres, no litoral gaúcho. As autoridades afirmam que ela pode ter cometido homicídios em série, incluindo a morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro do ano passado.

As investigações revelaram que Deise teria comprado o veneno e o utilizado em um bolo preparado pela sogra, que também foi hospitalizada após ingerir o alimento contaminado. O caso ganhou notoriedade devido à gravidade das acusações e à forma como as mortes ocorreram, levando a polícia a reavaliar outras mortes na família.

Durante uma coletiva de imprensa, o chefe do Departamento de Polícia do Interior, Cleber Lima, afirmou: “Hoje eu posso dizer com certeza que ela pesquisou, comprou, recebeu e usou o veneno para matar essas vítimas”. O delegado Marcos Veloso, responsável pela investigação, descreveu Deise como uma pessoa fria e calculista, que teria tentado ocultar suas ações.

A perícia realizada no corpo do sogro de Deise confirmou a presença de arsênio, o que inicialmente não havia sido detectado. A morte de Paulo Luiz foi tratada como intoxicação alimentar até que novas evidências surgissem. A exumação do corpo foi fundamental para a reabertura do caso.

De acordo com a delegada Sabrina Deffente, a suspeita teria pesquisado métodos de envenenamento e tentado criar uma receita que não deixasse vestígios. “Ela chegou a pesquisar venenos que fossem inodoros e sem gosto”, explicou. A investigação apontou que Deise havia feito compras de substâncias tóxicas pela internet antes dos crimes.

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As vítimas fatais do bolo envenenado foram identificadas como as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. As três faleceram após consumir o bolo, que foi preparado em uma confraternização familiar.

O caso gerou grande repercussão na mídia e entre a população, levantando questões sobre a segurança alimentar e a possibilidade de homicídios dentro do núcleo familiar. Deise Moura foi presa temporariamente no último dia 5, e as investigações continuam para determinar a extensão de seus crimes.

As autoridades estão analisando mensagens trocadas entre Deise e familiares, que podem fornecer mais informações sobre suas intenções e ações. A defesa da acusada ainda não se manifestou sobre as novas evidências apresentadas pela polícia.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) coletou amostras na residência da sogra de Deise, onde o bolo foi preparado. As análises revelaram concentrações elevadas de arsênio na farinha utilizada, corroborando as suspeitas de envenenamento.

As investigações sobre o caso do bolo envenenado seguem em andamento, e a polícia busca esclarecer todos os detalhes que cercam as mortes e a possível motivação por trás dos crimes.

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