Análise pericial descarta intoxicação alimentar e aponta veneno em farinha usada no preparo do bolo
06 de Janeiro de 2025 às 11h49

Perícia revela contaminação por arsênio em bolo que causou mortes no RS

Análise pericial descarta intoxicação alimentar e aponta veneno em farinha usada no preparo do bolo

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou os resultados da perícia sobre o caso do bolo envenenado que resultou na morte de três pessoas em Torres, no Natal de 2024. Segundo as investigações, o veneno foi misturado à farinha utilizada na preparação do alimento, o que afastou a hipótese de intoxicação alimentar.

A análise pericial, conduzida pelo Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, revelou que a quantidade de arsênio encontrada nas amostras de urina e estômago das vítimas era extremamente elevada. A menor concentração detectada foi 80 vezes superior ao limite considerado seguro para contaminação ocupacional, enquanto a maior atingiu 350 vezes esse limite.

A diretora-geral do Instituto, Marguet Mittmann, afirmou que a presença de arsênio no bolo “descarta a possibilidade de intoxicação alimentar”. Ela destacou que a farinha utilizada no preparo apresentava níveis de arsênio 2.700 vezes acima do limite aceitável, o que é alarmante e indica um ato deliberado.

As vítimas fatais foram identificadas como Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59. Elas consumiram o bolo durante uma confraternização familiar e, após a ingestão, foram hospitalizadas, mas não resistiram.

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A principal suspeita do crime é Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli Terezinha Silva dos Anjos, a responsável pelo preparo do bolo. Deise e Zeli teriam uma desavença antiga, que, segundo a polícia, não justifica o ato. A investigação continua em andamento, e a defesa de Deise afirmou que ainda não teve acesso completo aos detalhes da investigação.

Marguet Mittmann enfatizou que a análise de 89 amostras de farinha na residência onde o bolo foi preparado confirmou a presença de arsênio em quantidades alarmantes. “É impossível tratar-se de uma contaminação acidental. Os níveis encontrados são considerados tóxicos e letais”, afirmou a diretora.

Além das três mortes, outras três pessoas, incluindo uma criança, apresentaram sintomas e foram hospitalizadas, mas já receberam alta. Zeli Terezinha, que também consumiu o bolo, permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.

O caso gerou grande repercussão na região e levantou questões sobre a segurança alimentar e a responsabilidade na preparação de alimentos. A polícia segue investigando as circunstâncias que levaram a esse trágico incidente, enquanto a comunidade local aguarda respostas sobre o que ocorreu.

As investigações continuam, e a polícia está empenhada em esclarecer todos os detalhes que cercam este caso chocante, que abalou a cidade de Torres e levantou preocupações sobre a segurança alimentar em eventos familiares.

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