Sogro de mulher suspeita de envenenamento morreu com arsênio três meses antes
Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro, foi envenenado com arsênio, antes de outros casos na família em Torres (RS); nora está presa.
A recente investigação sobre o caso de envenenamento em Torres, no Rio Grande do Sul, revelou que Paulo Luiz dos Anjos, sogro da mulher suspeita de envenenar um bolo de reis, também foi vítima de arsênio. Ele faleceu em setembro, três meses antes do envenenamento de outros cinco membros da família, incluindo a própria mulher que preparou o bolo.
O exame de exumação realizado no corpo de Paulo Luiz dos Anjos confirmou a presença da substância tóxica. O delegado Marcos Vinícius Veloso, responsável pela investigação, afirmou que ele foi “o segundo mais envenenado, com maior presença de arsênio, entre as quatro mortes” ocorridas na família.
A Polícia Civil investiga a nora do casal, que teria um histórico de desentendimentos com a sogra, como a principal suspeita dos envenenamentos. Ela foi presa preventivamente no último domingo, 5, e o delegado Veloso destacou que “temos fortíssimos indicativos pela justificativa da prisão. Ela foi a autora”.
Durante as investigações, a polícia encontrou farinha contaminada com arsênio, um inseticida, na residência de Zeli Teresinha Silva dos Santos, a mulher que preparou o bolo. Além disso, amostras de sangue, urina e conteúdo estomacal de três vítimas do bolo de reis apresentaram concentrações elevadas da substância.
As vítimas identificadas foram Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos. A diretora do Instituto Geral de Perícias (IGP-RS), Marguet Mittmann, explicou em coletiva que “os níveis de arsênio dessas amostras são tão elevados que são considerados tóxicos e letais, e isso se explica a causa da morte”.
Os conflitos entre a nora e a sogra, que se arrastam há 20 anos, foram mencionados pelo delegado, que não pôde revelar mais detalhes devido ao sigilo das investigações. A polícia segue apurando os fatos e coletando evidências para esclarecer a série de envenenamentos que chocou a comunidade local.
O caso levanta preocupações sobre a segurança alimentar e a possibilidade de envenenamento em situações familiares, além de destacar a importância de investigações rigorosas em casos de morte suspeita.
As autoridades continuam a trabalhar para elucidar todos os aspectos desse trágico incidente, que deixou a comunidade de Torres em estado de choque e com muitas perguntas sem resposta.
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