Deise Moura dos Anjos, presa por suspeita de triplo homicídio, pesquisou substância antes do crime em Torres, RS.
07 de Janeiro de 2025 às 07h11

Suspeita de envenenamento em bolo fez buscas no Google sobre arsênio

Deise Moura dos Anjos, presa por suspeita de triplo homicídio, pesquisou substância antes do crime em Torres, RS.

O caso de envenenamento que resultou na morte de três pessoas em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, ganhou novos desdobramentos com a revelação de que Deise Moura dos Anjos, a principal suspeita, realizou buscas na internet sobre arsênio, a substância que teria sido utilizada no preparo do bolo que causou as fatalidades. O incidente ocorreu no dia 23 de dezembro de 2024 e está sendo investigado pela Polícia Civil do Estado.

De acordo com informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), as investigações apontaram que a mulher, que possui um histórico de desavenças com a sogra, fez pesquisas detalhadas sobre o veneno, incluindo termos como “arsênio” e similares, através do Google Shopping, plataforma que permite a comparação de preços e compra de produtos online.

Após consumir o bolo durante um café da tarde, as vítimas, que pertenciam à mesma família, apresentaram sintomas graves e faleceram. As irmãs Neuza Denise da Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos, foram as vítimas fatais do incidente.

A diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul, Marguet Mittman, informou que Deise é suspeita de triplo homicídio qualificado, com uso de veneno, e também de tentativa de homicídio contra outras pessoas que consumiram o bolo. A investigação revelou que a fonte de contaminação estava na farinha encontrada na residência da família.

Os exames realizados nas vítimas confirmaram a presença de “concentrações altíssimas de arsênio” em seus corpos, o que impossibilita a hipótese de contaminação natural. Os resultados dos testes de sangue, urina e conteúdo estomacal corroboraram a teoria de envenenamento.

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A prisão de Deise foi mantida pelo tribunal, que determinou a validade da detenção por 30 dias, com possibilidade de prorrogação. Ela foi detida na noite do dia 5 de janeiro e, após audiência, retornou ao Presídio Feminino de Torres.

A defesa da acusada, composta pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela Souza, declarou que se manifestará em momento oportuno e que ainda não teve acesso integral à investigação em andamento.

O delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, que está à frente do caso, afirmou que a família das vítimas tinha uma convivência harmoniosa, mas que divergências antigas, supostamente causadas por uma única pessoa, podem ter motivado o crime. “Esta é uma investigação difícil, pois a convivência era muito harmoniosa, mas surgiram divergências que podem ter influenciado a situação”, explicou o delegado.

As investigações continuam, e a polícia busca esclarecer todos os detalhes do caso, que chocou a comunidade local. As autoridades já indicaram que a exumação do corpo do ex-marido da responsável pela preparação do bolo poderá ser solicitada, a fim de investigar as causas de sua morte, ocorrida em setembro, que pode estar relacionada ao contexto familiar conturbado.

O incidente gerou grande repercussão na região, levando a um aumento da preocupação sobre a segurança alimentar e a manipulação de alimentos. A população aguarda ansiosamente por mais informações sobre o andamento das investigações e as possíveis implicações legais para a acusada.

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