Mulher é presa por suspeita de envenenar bolo que causou três mortes em Torres
Investigação aponta que bolo consumido continha arsênio, resultando em tragédia familiar.
Neste domingo (5), uma mulher foi detida em Torres, no Rio Grande do Sul, sob a suspeita de ter envenenado um bolo que resultou na morte de três pessoas em dezembro de 2024. A prisão temporária foi determinada pela Justiça após investigações que indicaram sua possível responsabilidade no crime. De acordo com a Polícia Civil, a mulher foi autuada por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio.
A operação que levou à detenção foi liderada pelo delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso. A suspeita foi levada para a Delegacia de Polícia de Torres e, em seguida, será encaminhada ao Presídio Estadual Feminino da cidade. Uma coletiva de imprensa está agendada para as 9h desta segunda-feira (6), onde mais detalhes sobre o caso serão divulgados.
As análises periciais confirmaram a presença de arsênio no bolo consumido pelas vítimas. Além das mortes, três pessoas ficaram gravemente intoxicadas, incluindo Zeli dos Anjos, de 60 anos, que foi a responsável pelo preparo da sobremesa. Zeli permanece internada na UTI em estado estável. As vítimas apresentaram sintomas severos de envenenamento, como vômitos e diarreia, logo após ingerirem o alimento.
O caso ocorreu durante uma confraternização familiar na véspera de Natal do ano passado, quando cinco pessoas, entre elas quatro mulheres e uma criança, começaram a passar mal após consumir o bolo. As irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, foram as vítimas fatais. As mortes ocorreram em um intervalo de poucas horas, com duas mulheres falecendo na mesma noite e a terceira confirmada horas depois.
Durante a investigação, a Polícia Civil encontrou diversos alimentos vencidos na residência onde a confraternização ocorreu. Amostras desses produtos, assim como materiais biológicos das vítimas, foram enviadas ao Centro de Informações Toxicológicas (CIT) em Porto Alegre. Os corpos das vítimas fatais passaram por necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP).
A tragédia mobilizou a pequena cidade litorânea de Torres e levantou um alerta sobre os cuidados necessários com o armazenamento e consumo de alimentos em eventos familiares, especialmente durante as festividades de fim de ano. A Polícia Civil aguarda os resultados das análises toxicológicas para identificar a substância responsável pela intoxicação e verificar se houve negligência na manipulação dos alimentos.
O delegado Marcos Vinicius Veloso, que acompanha o caso, ressaltou a importância dos laudos periciais para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. “Os laudos são fundamentais para elucidar o que aconteceu”, afirmou. A investigação continua em andamento, com a expectativa de que novos detalhes sejam revelados na coletiva de imprensa marcada para esta segunda-feira.
Além do impacto na saúde das vítimas, o caso gerou uma onda de comoção na comunidade local, que se uniu em apoio às famílias afetadas. A situação também levantou questões sobre a segurança alimentar e a necessidade de cuidados redobrados ao preparar alimentos para grandes grupos.
As investigações estão sendo conduzidas de forma rigorosa, e a polícia já ouviu diversas testemunhas para entender melhor o que ocorreu durante a confraternização. A expectativa é de que a verdade sobre o caso seja revelada em breve, trazendo respostas para a comunidade e para as famílias envolvidas.
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