Guarda civil de Osasco mata secretário ao saber que deixaria segurança da primeira-dama
O guarda Henrique Marival de Sousa se revoltou ao ser informado sobre sua realocação para o trabalho de rua.
Na tarde da última segunda-feira (6), um trágico incidente ocorreu na sede da Prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo, quando o guarda civil Henrique Marival de Sousa, de 46 anos, disparou contra o secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano, Adilson Custódio Moreira, de 53 anos. O crime aconteceu durante uma reunião onde foram anunciadas mudanças na equipe de segurança municipal.
Henrique Marival, que fazia parte da equipe de segurança da ex-primeira dama Aline Lins, ficou inconformado ao saber que seria realocado para funções de rua, deixando de lado a segurança pessoal de dignitários da prefeitura. A mudança foi motivada pela nova gestão municipal, que começou a operar neste ano.
Segundo testemunhas, a reunião convocada por Moreira tinha como objetivo discutir a nova composição das equipes de segurança. Cerca de 17 guardas civis estavam presentes, e a conversa se desenrolava de forma tranquila até que, ao final, Moreira ofereceu a oportunidade de atendê-los individualmente para discutir questões pessoais.
Marival foi um dos últimos a ser atendido. Durante a conversa, ele disparou pelo menos oito tiros contra o secretário, que não estava armado no momento do ataque. O guarda civil, que não apresentava comportamento agressivo antes do crime, demonstrou insatisfação com a mudança em sua escala de trabalho, afirmando que “não achava justo” a nova designação.
Após os disparos, Marival se barricou na sala onde ocorreu o crime, enquanto a polícia foi acionada. A negociação para sua rendição durou cerca de 40 minutos, até que ele finalmente se entregou. O coronel da PM Valmor Racorti, comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), informou que a motivação do crime estava relacionada a desavenças profissionais.
A Polícia Civil apreendeu a arma utilizada no crime, uma pistola Taurus calibre 40, além de outros itens que estavam com o guarda. O caso foi registrado como homicídio e está sendo investigado pela Delegacia Seccional de Osasco.
Henrique Marival de Sousa é guarda civil de 1ª classe e integra a Guarda Civil Municipal desde 2015. Ele é descrito por colegas como uma pessoa pacata e não havia registros de comportamentos inadequados em seu histórico profissional.
Adilson Custódio Moreira, a vítima, tinha uma longa trajetória na segurança pública e ocupava o cargo de secretário-adjunto desde 2019, após ter sido secretário de Segurança e Controle Urbano. Ele era natural de Jequitinhonha, Minas Gerais, e se destacou em diversas funções dentro da Guarda Civil Municipal de Osasco.
O prefeito Gerson Pessoa (Podemos) não estava presente na sede da prefeitura durante o incidente. O caso gerou grande repercussão na cidade e levantou questões sobre a segurança no ambiente de trabalho dos servidores públicos.
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