Investigação aponta rixa entre GCM e secretário-adjunto assassinado em Osasco
Adilson Custódio Moreira foi morto com 10 tiros durante reunião na prefeitura de Osasco na segunda-feira (6)
A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte do secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira, de 53 anos, que foi assassinado com dez tiros, a maioria na cabeça, durante uma reunião na sede da prefeitura na última segunda-feira (6). A principal linha de investigação aponta para uma possível rixa antiga entre Moreira e o guarda civil municipal Henrique Marival de Sousa, de 46 anos, que foi preso em flagrante após o crime.
O crime ocorreu na Sala Oval, um espaço reservado para reuniões na prefeitura, onde Moreira foi alvejado. Segundo informações do Instituto Médico Legal (IML), os disparos atingiram principalmente a região da cabeça, o que indica a gravidade da ação. O delegado José Luiz Nogueira, responsável pela investigação, afirmou que “a investigação prossegue para entender o que motivou os disparos” e que “não foi algo pontual, possivelmente”.
Além da rixa antiga, a polícia também considera a possibilidade de que Sousa tenha sofrido um surto psicótico ao ser informado sobre mudanças em sua escala de trabalho. Durante a reunião, Moreira teria comunicado ao guarda que ele deixaria funções administrativas para retornar ao patrulhamento nas ruas, o que pode ter desencadeado a tragédia.
Na terça-feira (7), 11 guardas civis prestaram depoimento na Delegacia Seccional de Osasco. Os depoimentos revelaram que tanto Moreira quanto Sousa eram considerados “boas pessoas” e que o guarda demonstrou nervosismo ao ser informado sobre a mudança em seu cargo, que o retiraria de uma posição de destaque.
O corpo de Moreira foi velado na prefeitura de Osasco, em uma cerimônia que contou com a presença de colegas e familiares. Durante o velório, o comandante da Guarda Civil de Osasco, Erivan Gomes, afirmou que Sousa teria ficado irritado com a alteração em sua escala de trabalho, o que pode ter contribuído para o descontrole emocional que resultou no crime.
Após o assassinato, Sousa se manteve em silêncio durante o interrogatório e foi levado para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde aguardará o julgamento. A arma utilizada no crime foi encontrada em sua posse, enquanto uma arma de brinquedo também foi apreendida.
As investigações continuam, com a expectativa de que novos depoimentos ajudem a esclarecer o contexto que levou ao assassinato. A esposa de Sousa e o secretário da Segurança Municipal também devem ser ouvidos nos próximos dias.
A negociação para que Sousa se entregasse à polícia durou mais de duas horas. Durante esse período, a Polícia Militar utilizou tecnologia avançada para monitorar a situação, confirmando que Moreira já estava morto enquanto tentavam convencer o guarda a se render.
O caso tem gerado grande repercussão na cidade de Osasco, onde a população aguarda respostas sobre as circunstâncias que levaram a essa tragédia. A investigação busca não apenas esclarecer os fatos, mas também entender as relações entre os envolvidos, que podem ter contribuído para o desfecho violento.
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