Park Sang-woo, responsável pela pasta, assume a culpa pelo desastre que resultou em 179 mortes e promete melhorias na segurança.
07 de Janeiro de 2025 às 11h58

Ministro dos Transportes da Coreia do Sul anuncia renúncia após trágico acidente aéreo

Park Sang-woo, responsável pela pasta, assume a culpa pelo desastre que resultou em 179 mortes e promete melhorias na segurança.

O ministro dos Transportes da Coreia do Sul, Park Sang-woo, anunciou sua intenção de renunciar ao cargo em decorrência do grave acidente aéreo que ocorreu no dia 29 de dezembro, envolvendo um jato Boeing da companhia Jeju Air. O desastre resultou na trágica morte de 179 pessoas, incluindo 175 passageiros e seis membros da tripulação.

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, Park expressou seu profundo pesar, afirmando: “Sinto-me muito responsável por esse desastre”. Ele destacou que está buscando o momento adequado para formalizar sua saída, enquanto lida com as consequências do acidente.

O voo 7C2216, que partiu de Bangkok, na Tailândia, com destino a Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, enfrentou dificuldades durante a aterrissagem. O avião aterrissou de barriga e ultrapassou a pista, colidindo com um muro e pegando fogo. Especialistas em segurança aérea apontaram que o muro, projetado para suportar uma antena de orientação para pousos em condições de baixa visibilidade, estava inadequadamente posicionado e era excessivamente rígido.

Joo Jong-wan, vice-ministro dos Transportes para a aviação civil, reconheceu que as medidas de segurança implementadas não foram suficientes. Ele afirmou que, embora as normas tenham sido seguidas, o acidente evidencia a necessidade de uma revisão nas práticas de segurança. “As normas foram respeitadas, mas precisamos avaliar se são as mais adequadas”, disse.

A polícia sul-coreana iniciou uma investigação sobre a construção do muro e a segurança do aeroporto. Na semana passada, as autoridades realizaram buscas na sede da Jeju Air e na operadora do Aeroporto Internacional de Muan, como parte da apuração das causas do acidente. Durante as investigações, penas de aves foram encontradas em um dos motores da aeronave, sugerindo uma colisão com pássaros como um dos fatores que contribuíram para a tragédia.

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O governo sul-coreano também informou que os dados do gravador de voo e do gravador de voz da cabine de comando, conhecidos como caixas-pretas, serão analisados em colaboração com o Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos Estados Unidos. A expectativa é que a análise preliminar dos dados leve cerca de cinco dias.

O acidente é considerado o mais letal da história da aviação sul-coreana, superando o desastre da Asiana Airlines em 1993, que resultou na morte de 66 pessoas. A tragédia recente gerou um clamor por melhorias imediatas nas normas de segurança e na infraestrutura aeroportuária do país.

Além da renúncia de Park Sang-woo, o Ministério dos Transportes prometeu implementar rapidamente medidas para aprimorar a segurança dos sistemas de aterrissagem, visando evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro. A pressão sobre o governo aumenta à medida que mais informações sobre as causas do acidente são reveladas.

O acidente ocorreu durante uma tentativa de pouso na província de Jeolla do Sul, a aproximadamente 288 quilômetros de Seul. A bordo estavam 173 passageiros coreanos e dois tailandeses, com idades variando de três a 78 anos. Apenas dois comissários de bordo sobreviveram, ambos internados com múltiplas fraturas e outras lesões.

O governo sul-coreano segue comprometido em esclarecer as circunstâncias do acidente e garantir que a segurança da aviação civil seja priorizada, para que tragédias dessa magnitude não se repitam.

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