Trump não descarta uso de força militar para controlar o Canal do Panamá e Groenlândia
Em coletiva, o presidente eleito dos EUA sugere que pode usar medidas militares para garantir controle sobre esses territórios estratégicos.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou a possibilidade de utilizar medidas militares para retomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida, nesta terça-feira (7).
Quando questionado se descartaria o uso de “coerção militar ou econômica” para garantir o controle desses territórios, Trump respondeu: “não”. Ele acrescentou que “não posso garantir nada sobre nenhum dos dois, mas posso dizer que precisamos deles para a segurança econômica [dos EUA]”.
Trump criticou o acordo que resultou na transferência do controle do Canal do Panamá para o país centro-americano em 1999, afirmando que “o Canal do Panamá é uma vergonha”. O republicano já havia manifestado sua intenção de retomar o controle do canal, sem explicar como isso seria feito, o que foi prontamente rejeitado pelo governo panamenho.
Além disso, o presidente eleito sugeriu que os Estados Unidos deveriam expandir sua influência no Hemisfério Ocidental, incluindo a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América”. “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um belo som e cobre muito território”, afirmou Trump durante a coletiva.
Trump também se referiu ao Canadá, onde indicou que não utilizaria o Exército, mas sim “força econômica” para lidar com questões relacionadas ao país vizinho. Ele alegou que o Canadá deveria ser considerado o “51º estado” dos Estados Unidos, uma afirmação que provocou reações negativas em Ottawa.
A hidrovia do Canal do Panamá é um importante ponto de trânsito global que conecta os oceanos Pacífico e Atlântico. Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o canal foi controlado pelos EUA até a transferência gradual de sua administração para o Panamá, que foi concluída em 1999.
Os Estados Unidos mantêm o direito de defesa contra qualquer ameaça à neutralidade do Canal, conforme estipulado no Tratado de Neutralidade, ratificado em 1978. No entanto, analistas do Center for Strategic and International Studies alertam que a crescente influência da China na região pode exigir uma estratégia significativa dos EUA para reforçar sua presença no Panamá e ao redor do canal.
Trump também prometeu reverter a decisão do presidente Joe Biden de proibir novas perfurações de petróleo e gás em águas costeiras dos EUA, afirmando que suas ações não prevalecerão e que pretende aumentar a exploração de recursos energéticos.
O futuro presidente dos EUA parece determinado a adotar uma postura mais agressiva em relação a questões de segurança e comércio, o que poderá intensificar as tensões com países vizinhos e aliados estratégicos.
Veja também: