Em coletiva, o presidente eleito dos EUA sugere que pode usar medidas militares para garantir controle sobre esses territórios estratégicos.
07 de Janeiro de 2025 às 16h34

Trump não descarta uso de força militar para controlar o Canal do Panamá e Groenlândia

Em coletiva, o presidente eleito dos EUA sugere que pode usar medidas militares para garantir controle sobre esses territórios estratégicos.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou a possibilidade de utilizar medidas militares para retomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida, nesta terça-feira (7).

Quando questionado se descartaria o uso de “coerção militar ou econômica” para garantir o controle desses territórios, Trump respondeu: “não”. Ele acrescentou que “não posso garantir nada sobre nenhum dos dois, mas posso dizer que precisamos deles para a segurança econômica [dos EUA]”.

Trump criticou o acordo que resultou na transferência do controle do Canal do Panamá para o país centro-americano em 1999, afirmando que “o Canal do Panamá é uma vergonha”. O republicano já havia manifestado sua intenção de retomar o controle do canal, sem explicar como isso seria feito, o que foi prontamente rejeitado pelo governo panamenho.

Além disso, o presidente eleito sugeriu que os Estados Unidos deveriam expandir sua influência no Hemisfério Ocidental, incluindo a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América”. “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um belo som e cobre muito território”, afirmou Trump durante a coletiva.

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Trump também se referiu ao Canadá, onde indicou que não utilizaria o Exército, mas sim “força econômica” para lidar com questões relacionadas ao país vizinho. Ele alegou que o Canadá deveria ser considerado o “51º estado” dos Estados Unidos, uma afirmação que provocou reações negativas em Ottawa.

A hidrovia do Canal do Panamá é um importante ponto de trânsito global que conecta os oceanos Pacífico e Atlântico. Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o canal foi controlado pelos EUA até a transferência gradual de sua administração para o Panamá, que foi concluída em 1999.

Os Estados Unidos mantêm o direito de defesa contra qualquer ameaça à neutralidade do Canal, conforme estipulado no Tratado de Neutralidade, ratificado em 1978. No entanto, analistas do Center for Strategic and International Studies alertam que a crescente influência da China na região pode exigir uma estratégia significativa dos EUA para reforçar sua presença no Panamá e ao redor do canal.

Trump também prometeu reverter a decisão do presidente Joe Biden de proibir novas perfurações de petróleo e gás em águas costeiras dos EUA, afirmando que suas ações não prevalecerão e que pretende aumentar a exploração de recursos energéticos.

O futuro presidente dos EUA parece determinado a adotar uma postura mais agressiva em relação a questões de segurança e comércio, o que poderá intensificar as tensões com países vizinhos e aliados estratégicos.

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