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Trump pressiona membros da Otan a aumentarem gastos com defesa para 5% do PIB
O presidente dos EUA, Donald Trump, critica os gastos atuais e pede aumento significativo para a segurança da Aliança.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta terça-feira (7) a necessidade de que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) elevem seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa, onde Trump enfatizou que os países da aliança pagam pouco pela proteção americana.
Trump, que assumiu a presidência em janeiro de 2017, tem sido um crítico frequente da Otan, afirmando que a contribuição financeira dos aliados não é suficiente para justificar o apoio militar dos EUA. “Todos podem pagar, mas deveriam fazê-lo a 5%, não a 2%”, afirmou o presidente, destacando sua insatisfação com os atuais níveis de investimento em defesa.
A pressão de Trump sobre os aliados da Otan se intensificou após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Durante a campanha eleitoral, ele chegou a ameaçar suspender as garantias de proteção aos países da Otan, caso não aumentassem seus gastos. “Se pagarem suas contas e eu achar que nos tratam de forma justa, a resposta é, absolutamente, que permaneceria na Otan”, declarou em uma entrevista recente.
Os países da Otan se comprometeram, há dez anos, a dedicar pelo menos 2% de seu PIB aos gastos militares, especialmente após a anexação da Crimeia pela Rússia. Atualmente, dos 32 membros da aliança, 23 têm mantido esse compromisso, mas Trump acredita que esse valor deve ser elevado.
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Mark Rutte, o chefe da Otan, também alertou no mês passado que a Europa precisará gastar “muito mais” para garantir sua defesa, em resposta às crescentes ameaças externas. A postura de Trump reflete uma mudança significativa na política de defesa dos EUA, que tradicionalmente tem sido um pilar de apoio à segurança europeia.
A insistência de Trump por um aumento nos gastos com defesa não é apenas uma questão financeira, mas também uma tentativa de reconfigurar as relações de poder dentro da aliança. O presidente americano busca garantir que os aliados assumam uma maior responsabilidade por sua própria segurança, reduzindo a dependência do apoio militar dos Estados Unidos.
Além disso, a crítica de Trump à Otan pode ser vista como parte de uma estratégia mais ampla para fortalecer a posição dos EUA no cenário internacional, especialmente em relação à Rússia e à China. A administração Trump tem enfatizado a necessidade de uma abordagem mais assertiva em questões de segurança global.
Enquanto isso, os líderes europeus enfrentam o desafio de equilibrar suas obrigações financeiras com a necessidade de manter a segurança coletiva da região. A pressão de Trump pode forçar uma reavaliação das prioridades de defesa na Europa, à medida que os países buscam garantir sua soberania e segurança diante de ameaças externas.
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