O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, exige que membros da OTAN elevem seus investimentos em defesa para 5% do PIB, superando o mínimo atual de 2%.
08 de Janeiro de 2025 às 14h51

Trump pressiona países da OTAN a aumentarem gastos com defesa para 5% do PIB

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, exige que membros da OTAN elevem seus investimentos em defesa para 5% do PIB, superando o mínimo atual de 2%.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou sua posição de que os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) devem aumentar seus gastos com defesa para 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB). A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa na última terça-feira, em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.

Trump argumentou que os países europeus estão contribuindo com apenas uma fração do que os Estados Unidos gastam em defesa, afirmando: “Eles podem todos pagar, mas deveriam estar em 5%, não em 2%”. O presidente eleito enfatizou a disparidade nos gastos, afirmando que “a Europa está arcando com uma pequena fração do dinheiro que nós estamos”.

As afirmações de Trump ocorrem em um contexto de crescente tensão na Europa, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, que levou a OTAN a reavaliar suas estratégias de defesa e a aumentar seus investimentos. Em 2023, os líderes da OTAN concordaram em um compromisso de investimento que estabelece um mínimo de 2% do PIB para gastos com defesa, mas Trump acredita que esse valor é insuficiente.

“Temos um oceano entre nós, certo? Por que estamos pagando bilhões e bilhões de dólares a mais do que a Europa?” questionou Trump, reforçando sua crítica à alocação de recursos dentro da aliança militar. Ele também mencionou que, durante seu primeiro mandato, pressionou os aliados a aumentarem seus gastos, resultando em um compromisso de 2% que, segundo ele, foi uma conquista significativa.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, também se manifestou a favor de um aumento nos gastos, afirmando que “vamos precisar de muito mais do que 2%”. Rutte alertou que as nações europeias não estão preparadas para a ameaça de um futuro conflito com a Rússia e pediu que os membros da OTAN “acelerem” seus investimentos em defesa.

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Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, expressou sua preocupação sobre a adesão da Ucrânia à OTAN, sugerindo que a decisão do presidente Joe Biden de apoiar a entrada da Ucrânia na aliança contribuiu para a invasão russa. “Em algum momento, Biden disse que eles deveriam ser capazes de se juntar à OTAN. Bem, a Rússia tem alguém bem na porta deles, e eu poderia entender como eles se sentem sobre isso”, afirmou Trump.

Embora a OTAN tenha concordado com a adesão da Ucrânia em 2008, as circunstâncias mudaram, e tanto os Estados Unidos quanto a Alemanha hesitaram em permitir que Kyiv se juntasse à aliança, temendo que isso pudesse arrastar a OTAN para um conflito direto com a Rússia.

Trump também levantou questões sobre o futuro da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, que tem sido crucial para resistir à agressão russa. Ele declarou: “O conflito nunca deveria ter começado” e garantiu que, se estivesse no cargo, “a guerra nunca teria acontecido”.

As declarações de Trump geraram reações variadas entre os líderes europeus. Enquanto alguns, como o primeiro-ministro da República Tcheca, Petr Fiala, mostraram-se abertos ao debate sobre o aumento dos gastos em defesa, outros líderes, como o chanceler alemão Olaf Scholz, criticaram as propostas de aumento, considerando-as inviáveis e onerosas para os cidadãos.

Com a pressão crescente sobre os membros da OTAN para que aumentem seus investimentos em defesa, a discussão sobre a adequação dos gastos e a segurança coletiva na Europa se torna cada vez mais relevante, especialmente em um cenário global instável.

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