A elevação das taxas ocorre em meio à alta da Selic e à retirada de recursos da poupança.
07 de Janeiro de 2025 às 20h19

Caixa Econômica Federal aumenta juros para financiamento de imóveis em até 2 pontos

A elevação das taxas ocorre em meio à alta da Selic e à retirada de recursos da poupança.

A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou um aumento nas taxas de juros para financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A elevação, que varia de 1 a 2 pontos percentuais, já está em vigor desde 2 de janeiro para novos contratos.

As novas taxas para a linha de crédito corrigida pela Taxa Referencial (TR) agora variam entre TR mais 10,99% a 12% ao ano, enquanto anteriormente estavam entre TR mais 8,99% a 9,99%. Para as linhas que utilizam a remuneração da caderneta de poupança, os juros subiram para a remuneração mais 4,12% a 5,06% ao ano, em comparação aos 3,1% a 3,99% praticados anteriormente.

Em nota, a Caixa esclareceu que a definição das taxas de juros é baseada na análise de fatores mercadológicos e conjunturais, respeitando as regras prudenciais para a concessão de crédito. O banco enfatizou que as mudanças afetam exclusivamente os financiamentos do SBPE, que são voltados para a classe média e utilizam recursos da caderneta de poupança.

As linhas de crédito do programa Minha Casa, Minha Vida, que financiam imóveis com valor de até R$ 350 mil para famílias com renda de até R$ 8 mil, não sofreram alterações nas taxas de juros.

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A Caixa, que representa cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil, já havia modificado as regras do setor em novembro, quando aumentou o valor da entrada de 20% para 30% e introduziu novas modalidades atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que está vinculado à variação da Selic.

O aumento na taxa Selic, que passou de 10,5% para 12,25% desde setembro, e a retirada de recursos da caderneta de poupança têm contribuído para o aperto na concessão de crédito habitacional. O Banco Central (BC) registrou que, em outubro, houve o quarto mês consecutivo de saques líquidos na poupança, com os correntistas retirando R$ 6,3 bilhões a mais do que depositaram.

Além disso, as novas restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), implementadas no início de 2024, também impactaram a disponibilidade de crédito no mercado. A combinação desses fatores pode levar a uma desaceleração nas compras e vendas de imóveis nos próximos meses, à medida que as taxas de juros mais altas tornam o financiamento menos acessível.

Com a demanda por crédito habitacional em alta, a Caixa enfrenta um cenário desafiador, onde a elevação das taxas nos bancos privados também pressiona as condições de financiamento. A expectativa é que as novas taxas impactem a dinâmica do mercado imobiliário, especialmente para aqueles que dependem do SBPE para a aquisição de imóveis.

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