Juíza dos EUA impede divulgação de relatório sobre investigações contra Trump
A decisão da juíza Aileen Cannon suspende a divulgação do relatório do procurador especial Jack Smith até nova ordem judicial.
A juíza federal Aileen Cannon, responsável pelo caso que envolve o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou nesta terça-feira (7) a proibição temporária da divulgação do relatório final do procurador especial Jack Smith. A decisão ocorre em meio a investigações sobre o manuseio irregular de documentos confidenciais por Trump após sua saída da presidência em 2021.
Segundo a ordem judicial, o Departamento de Justiça dos EUA não poderá divulgar o relatório até que o 11º Tribunal de Apelações analise um pedido de emergência apresentado pelos advogados de dois co-réus de Trump, Walt Nauta e Carlos De Oliveira. Ambos são acusados de obstruir a investigação relacionada aos documentos.
A juíza Cannon, que foi nomeada por Trump durante seu primeiro mandato, já havia arquivado anteriormente o caso que acusava o ex-presidente de manter documentos confidenciais de forma ilegal. A decisão de hoje é vista como uma tentativa de proteger os direitos dos co-réus, que argumentam que a divulgação do relatório poderia prejudicá-los em seus processos.
Nauta e De Oliveira alegaram que o relatório de Smith, que pode conter informações prejudiciais, interfere em seus direitos legais e na continuidade de suas defesas. A equipe jurídica de Trump também se opôs à divulgação, afirmando que a investigação é parte de um esforço politicamente motivado contra o ex-presidente.
Trump, que se manifestou sobre a decisão, afirmou que a investigação foi uma tentativa de deslegitimar sua candidatura e que a proibição da divulgação do relatório é uma boa notícia. “Era um caso falso contra um oponente político”, disse ele a repórteres em seu resort na Flórida.
A decisão de Cannon suspende a divulgação do relatório até que o tribunal de apelações decida se a publicação do documento prejudicaria injustamente os co-réus. A juíza enfatizou que sua decisão não deve ser interpretada como um julgamento sobre os argumentos apresentados por Trump e seus aliados.
O procurador especial Jack Smith foi nomeado para supervisionar as investigações federais contra Trump, que incluem não apenas o caso dos documentos confidenciais, mas também outras alegações relacionadas a tentativas de reverter os resultados da eleição de 2020. A expectativa é que o relatório contenha detalhes sobre as descobertas feitas durante as investigações.
Com a proibição da divulgação, a expectativa é que o Departamento de Justiça tenha que aguardar a decisão do tribunal de apelações antes de qualquer ação adicional. A situação jurídica de Trump e seus co-réus continua a se desenrolar em meio a um cenário político tenso, com o ex-presidente se preparando para sua posse marcada para o dia 20 de janeiro.
Além do caso dos documentos, Trump enfrenta outras investigações e processos judiciais em diferentes estados, incluindo acusações de falsificação de registros e tentativas de subverter os resultados eleitorais. A complexidade das questões legais que cercam Trump e seus aliados continua a gerar debates acalorados sobre a integridade do processo eleitoral e a aplicação da justiça nos Estados Unidos.
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