Dólar inicia o dia em leve queda com foco em dados de emprego nos EUA
Investidores aguardam divulgação de informações sobre o mercado de trabalho americano e inflação no Brasil.
O dólar comercial abriu em leve baixa nesta terça-feira (7), cotado a R$ 6,095, refletindo a expectativa do mercado em relação à divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos. Os investidores estão atentos ao relatório de empregos JOLTS, que revela a oferta de trabalho no país, enquanto também avaliam os números de preços ao produtor no Brasil.
Às 9h03, a moeda americana apresentava uma queda de 0,13%, enquanto na véspera havia encerrado o dia em baixa de 1,14%, cotada a R$ 6,1109. A movimentação do dólar é influenciada por um cenário em que o mercado aguarda informações que possam indicar a saúde do emprego nos EUA, um fator crucial para a condução da política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
Os dados de emprego são especialmente observados, pois um mercado de trabalho aquecido tende a aumentar os rendimentos da população, o que, por sua vez, pode elevar a demanda por produtos e serviços. Essa dinâmica pode resultar em pressões inflacionárias, algo que o Fed busca controlar, especialmente em um contexto de redução das taxas de juros desde meados de 2024.
O cenário atual é de cautela, uma vez que a inflação americana anual estava em 2,7% até novembro, enquanto a meta do Fed é de 2%. Uma economia muito aquecida, com forte geração de empregos e inflação persistente, pode levar o Fed a reconsiderar o ritmo de cortes nas taxas de juros.
Além disso, a expectativa em torno das tarifas de importação propostas pelo presidente Donald Trump também influencia o mercado. Informações recentes indicam que sua equipe estaria considerando a aplicação de tarifas menores do que as inicialmente prometidas, focando apenas em setores estratégicos como energia e defesa. Essa possibilidade é vista com bons olhos pelos investidores, pois uma redução nas tarifas poderia aliviar as pressões inflacionárias nos EUA.
Trump, por sua vez, negou as informações sobre a revisão das tarifas, afirmando em sua rede social que se tratam de “fake news”. O impacto dessa incerteza sobre as tarifas e a inflação é significativo, pois tarifas mais altas poderiam elevar os preços e, consequentemente, a inflação, limitando a capacidade do Fed de cortar juros.
No Brasil, a atenção também se volta para a inflação, que subiu 1,23% em novembro de 2024 em comparação a outubro, acumulando alta de 7,59% em 12 meses, o maior resultado desde setembro de 2022. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o orçamento de 2025, que deve ser votado em fevereiro. A falta de aprovação do orçamento pode gerar restrições, mas o governo acredita que não haverá impacto significativo no funcionamento das operações governamentais.
O Banco Central do Brasil também está monitorando a situação do câmbio e pode realizar leilões para conter a valorização do dólar. A expectativa é que a instituição continue a agir de forma a garantir a estabilidade econômica, especialmente em um cenário de incertezas globais.
Os investidores, portanto, seguem atentos às movimentações do mercado de trabalho nos EUA e à condução da política monetária, que pode ser afetada por novos dados econômicos. A combinação de fatores internos e externos continua a moldar as expectativas em relação ao dólar e à inflação no Brasil.
Com a divulgação dos dados de emprego se aproximando, o mercado aguarda ansiosamente por informações que possam influenciar as decisões do Fed e, consequentemente, o comportamento do dólar no Brasil.
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