Mercado financeiro reage a criação de 256 mil postos de trabalho nos EUA e inflação acima da meta no Brasil
10 de Janeiro de 2025 às 13h56

Dólar avança mais de 1% após dados de emprego e inflação nos EUA e Brasil

Mercado financeiro reage a criação de 256 mil postos de trabalho nos EUA e inflação acima da meta no Brasil

O dólar à vista apresenta uma forte alta nesta sexta-feira (10), superando 1% em relação ao real, enquanto investidores reavaliam os dados de emprego nos Estados Unidos e a inflação no Brasil. Às 11h50, a moeda americana era cotada a R$ 6,10, refletindo as preocupações do mercado com os números recentes.

Os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgados pelo Departamento do Trabalho, revelaram a criação de 256 mil postos de trabalho em dezembro, um número significativamente superior à expectativa de 160 mil vagas, conforme o consenso do LSEG/Reuters. Este resultado positivo no emprego americano indica uma economia aquecida, o que pode pressionar a inflação e influenciar as decisões do Federal Reserve sobre a taxa de juros.

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,52% em dezembro, encerrando o ano com uma inflação acumulada de 4,83%. Este resultado superou o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 4,50%. A combinação desses fatores gera incertezas sobre a política monetária e a possibilidade de novas altas na taxa Selic.

O Ibovespa, principal índice da B3, também reflete esse cenário, recuando 0,44% e atingindo 119.295 pontos. A queda do índice é uma resposta ao aumento da aversão ao risco, à medida que investidores buscam proteção em meio a dados econômicos desfavoráveis.

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Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, comentou sobre o impacto dos dados de emprego nos mercados: “Os juros dos Treasuries apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenha que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado”.

Além disso, a expectativa de que a inflação americana continue elevada pode levar o Federal Reserve a manter uma postura cautelosa em relação à política monetária, dificultando cortes de juros no curto prazo. Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destacou que o payroll de hoje não apenas influencia o ciclo de cortes de juros nos EUA, mas também coloca a alta de juros de volta ao radar dos investidores.

O aumento do dólar e a queda do Ibovespa também são influenciados por fatores externos, como a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos, que impactam o humor do mercado local. A pressão inflacionária nos EUA e a resposta do Federal Reserve a esses dados são monitoradas de perto pelos investidores brasileiros.

Em meio a esse cenário desafiador, as commodities, como o petróleo, apresentam valorização superior a 4%, oferecendo algum alívio aos mercados. No entanto, a volatilidade continua a ser uma preocupação, com as rápidas mudanças nas expectativas para as taxas de juros afetando tanto os ativos de risco quanto a renda fixa.

Com a inflação brasileira superando a meta e o mercado de trabalho americano aquecido, a atenção dos investidores permanece voltada para as próximas decisões do Banco Central e do Federal Reserve, que podem ter implicações significativas para a economia global.

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