Dólar encerra semana cotado a R$ 6,10 após dados de inflação e emprego nos EUA
A moeda americana teve alta de 1% nesta sexta-feira, refletindo a inflação acima da meta e dados positivos do mercado de trabalho nos EUA.
O dólar comercial fechou a semana cotado a R$ 6,10, apresentando uma alta de 1% nesta sexta-feira, 10 de janeiro de 2025. Apesar do aumento diário, a moeda norte-americana registrou uma queda de 1,28% ao longo da semana, permanecendo acima da marca de R$ 6 por 29 dias consecutivos.
A elevação na cotação do dólar foi impulsionada pela divulgação de dados de inflação no Brasil, que mostraram uma taxa de 4,83% em 2024, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este resultado ficou acima da meta estabelecida pelo governo, que era de 3%, e também superou o limite máximo permitido de 4,5%.
Além disso, a alta do dólar foi influenciada por dados positivos do mercado de trabalho nos Estados Unidos, onde foram criadas 256 mil novas vagas em dezembro, superando as expectativas do mercado. Essa combinação de fatores econômicos fez com que investidores ajustassem suas posições, resultando na valorização da moeda americana.
Na última quarta-feira, 8 de janeiro, investidores estrangeiros retiraram R$ 718,1 milhões do mercado brasileiro, contribuindo para um saldo negativo de R$ 3,4 bilhões no acumulado do mês. Essa saída de capital pode ser vista como uma reação às incertezas econômicas e políticas que afetam o Brasil.
O cenário econômico brasileiro também foi impactado por uma leve alta nos preços de bens e serviços, que avançaram 0,52% em dezembro, representando um aumento em relação ao mês anterior, quando a inflação foi de 0,39%. Essa pressão inflacionária tem gerado preocupações sobre a capacidade do Banco Central de controlar a inflação e manter a estabilidade da moeda.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operava em queda de 0,58%, cotado a 119.055,60 pontos. A desvalorização do índice é atribuída à alta dos juros futuros, que afeta diretamente os setores ligados ao consumo e à confiança dos investidores.
Os preços do petróleo também apresentaram uma forte alta, impulsionados por sanções do Departamento do Tesouro dos EUA contra a indústria petrolífera da Rússia. As sanções visam empresas como Gazprom Neft e Surgutneftegas, além de afetar mais de 180 petroleiros e diversos executivos do setor energético russo.
A preocupação no mercado se concentra nas possíveis retaliações que podem ocorrer, o que poderia reduzir a oferta de petróleo e impactar os preços globais da commodity. O preço do barril de Brent, por sua vez, encerrou a semana em alta de 3,69%, cotado a US$ 79,76.
Com a volatilidade do mercado e as incertezas econômicas, analistas recomendam cautela aos investidores, que devem acompanhar de perto os próximos dados econômicos e as decisões do Banco Central em relação à política monetária.
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