China amplia programa de subsídios com novos eletrodomésticos para estimular consumo
A China adiciona eletrodomésticos ao seu programa de subsídios, visando reativar a economia e aumentar a confiança do consumidor.
A China está ampliando seu programa de troca de bens de consumo, uma estratégia destinada a incentivar a economia interna e promover o crescimento. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, responsável pelo planejamento econômico do país, anunciou que, a partir de 2025, novos produtos serão incluídos nesse programa, que agora abrange fornos de micro-ondas, purificadores de água, máquinas de lavar louça e panelas de arroz.
Além disso, os consumidores que adquirirem novos dispositivos como celulares, tablets e smartwatches poderão se beneficiar de um subsídio de 15% para produtos com preço inferior a 6.000 yuans (aproximadamente US$ 820). O valor total dos subsídios será limitado a 1.500 yuans (cerca de US$ 205) por pessoa anualmente.
A decisão de expandir o programa de subsídios foi anunciada após os líderes chineses terem declarado, em dezembro, que o estímulo ao consumo seria uma prioridade máxima para 2025. O país enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de restaurar a confiança do consumidor e aumentar o consumo, o que é crucial para compensar os impactos potenciais de possíveis aumentos tarifários impostos pelos Estados Unidos.
Embora a liderança da China tenha indicado que mais apoio fiscal será disponibilizado para os consumidores cautelosos, detalhes adicionais sobre essas medidas ainda não foram divulgados. A atenção agora se volta para a sessão legislativa anual, que ocorrerá em março, onde se espera que os legisladores aprovem um pacote de estímulo que incluirá empréstimos governamentais mais robustos.
O novo esquema de subsídios é parte de um esforço mais amplo para revitalizar a segunda maior economia do mundo, que tem enfrentado uma crise no setor imobiliário, afetando a riqueza dos consumidores e, consequentemente, seus gastos. O consumo doméstico tem sido um tema crítico para a economia, com analistas e consultores de políticas clamando por ações urgentes para incentivar as famílias a gastar mais.
“Esperamos que o total de subsídios dobre para 300 bilhões de yuans em 2025. Isso representa uma mudança significativa na política em direção a um maior consumo”, afirmou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. No entanto, os subsídios limitados para celulares e tablets, que não ultrapassam 500 yuans por item, sugerem que o governo não pretende subsidiar gastos excessivos por parte dos consumidores mais ricos.
No ano anterior, a China destinou cerca de 150 bilhões de yuans da emissão especial de 1 trilhão de yuans em títulos para subsidiar a troca de eletrodomésticos, veículos, bicicletas e outros produtos antigos. As autoridades afirmaram que essa campanha teve “efeitos positivos” no mercado.
Os resultados foram significativos, com 920 bilhões de yuans em vendas de automóveis e 240 bilhões de yuans em vendas de eletrodomésticos registradas em 2024, conforme relatado por Li Gang, funcionário do Ministério do Comércio, durante uma coletiva de imprensa.
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