Com 6,6 milhões de casos e 6 mil mortes em 2024, governo enfrenta críticas por falta de ação efetiva em estados afetados.
09 de Janeiro de 2025 às 14h30

Governo é criticado por ineficiência no combate à dengue após recorde de mortes

Com 6,6 milhões de casos e 6 mil mortes em 2024, governo enfrenta críticas por falta de ação efetiva em estados afetados.

O Brasil registrou em 2024 um número alarmante de 6,6 milhões de casos confirmados de dengue, resultando em aproximadamente 6 mil mortes. Esses dados, divulgados pelo Ministério da Saúde, levantam sérias preocupações sobre a eficácia das políticas públicas de saúde no país.

Seis estados estão sob monitoramento intensivo devido ao aumento significativo de casos: Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo. Juntos, esses estados apresentaram um aumento de 84% nos registros da doença nas últimas semanas, o que evidencia a gravidade da situação.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou um plano de enfrentamento à dengue, lançado em setembro, mas muitos questionam a real eficácia das medidas propostas. “Nós estamos no processo de implementação do plano de enfrentamento à dengue. O plano que foi lançado no mês de setembro foi apresentado com todos os detalhes”, declarou a ministra, mas a população parece cética quanto à execução real das ações.

O cenário se agrava com a previsão de que o fenômeno climático El Niño, que pode intensificar as condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, continue afetando o Brasil em 2025. Especialistas alertam que a combinação de fatores climáticos e a circulação de novos sorotipos do vírus podem resultar em um aumento ainda maior dos casos de dengue.

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Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde indicam que, de janeiro a dezembro de 2024, a maioria dos casos prováveis de dengue foi identificada entre mulheres, com a faixa etária de 20 a 29 anos concentrando a maior parte dos registros. Essa informação levanta questões sobre a eficácia das campanhas de prevenção e conscientização que, até agora, parecem não ter surtido efeito significativo.

Além disso, a quantidade de mortes por dengue em 2024 é maior do que a soma das mortes pela doença nos sete anos anteriores, o que evidencia uma falha crítica nas estratégias de saúde pública. O coeficiente de incidência da dengue, que era de 3.275,9 casos para cada 100 mil habitantes até o final de dezembro, reflete uma situação alarmante.

Em 2025, já foram registrados 10.158 casos prováveis de dengue, com dez óbitos em investigação, o que sugere que a crise de saúde pública está longe de ser controlada. A falta de uma resposta rápida e eficaz por parte do governo é um fator que gera desconfiança e frustração na população, que se vê à mercê de uma doença que poderia ser evitada com medidas adequadas.

O governo, por sua vez, continua a atribuir o aumento recorde de casos à mudanças climáticas e ao aquecimento global, mas a população começa a questionar se essa justificativa é suficiente diante da gravidade da situação. “A expectativa é reduzir os casos em 2025, mas erradicar a dengue seria uma ‘utopia’”, afirmou a ministra, refletindo a falta de um plano concreto que inspire confiança na população.

Enquanto isso, a implementação do Centro de Operações de Emergência (COE) e o Novo Plano de Contingência Nacional, que visam enfrentar surtos de dengue, chikungunya e zika, ainda não demonstraram resultados palpáveis. A população aguarda ações efetivas que possam realmente fazer a diferença no combate a essa epidemia.

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